A falta de inovação na educação

O Colégio Europeu de Artes Liberais (European College of Liberal Arts) de Berlim, irá lançar o primeiro diploma de Bacharel em Artes em Estudos de Valores de todo o mundo, um programa interdisciplinar que representa uma nova forma de educação. O currículo se concentra nas questões morais, políticas, epistemológicas, religiosas e estéticas e foi elaborado com o entendimento de que tais questões estão natural e profundamente conectadas. Os membros da faculdade das áreas de filosofia, literatura, teoria política, história da arte e teoria do cinema trabalham juntos nestas questões. Os estudantes passam metade do seu tempo de aulas em disciplinas ensinadas conjuntamente, dedicadas às questões fundamentais sobre valores e ministradas através do estudo detalhado de textos e trabalhos de arte que moldaram, ou que pretendem moldar, os valores pelos quais vivemos atualmente. De acordo com este histórico eles escolhem suas áreas de concentração individuais. A faculdade foi recrutada por algumas das melhores universidades de pesquisas do mundo, incluindo Cambridge, Columbia, Harvard, Heidelberg e Oxford. Os estudantes e membros da faculdade procedem de mais de 20 países diferentes e trabalham juntos no idioma inglês. Eles compartilham as instalações de um pequeno campus residencial e as riquezas culturais de uma das mais vibrantes capitais da Europa. Não dá para afirmar que este seja o modelo ideal, até porque é preciso se aprofundar e conhecer melhor a proposta, agora o que chama a atenção é a quebra do paradigma que se sustenta há muito as escolas de ensinar um pouco de tudo e isoladamente, o que se aproximar de um ensinamento vazio, infelizmente. O vazio é a falta de profundidade e conexão com o que na sociedade atual é mais urgente. A fragmentação do ensino parece ser algo inapropriado a formação do homem que se quer íntegro. E esta escola de Berlim, ao que parece, busca unir disciplinas e propósitos, optando por abster-se da vã pretensão de ensinar tudo, ou melhor, de tudo.  Não que o Brasil não tenha bons exemplos na área da educação, mas são exceções. Falta a nós recursos, humanos e financeiros, senso de inovação e coragem para enfrentar as conseqüências naturais de toda e qualquer mudança, uma delas a resistência e até a desistência de muitos. Quando falamos de inovação não é uma simples invenção desprovida de estudo e responsabilidade. É fazer diferente, com objetivos claros, previamente planejados e passiveis de medição, visando resultados. Sem a preocupação com a tradição herdada por imposição na época da ditadura e agora sustentada pela acomodação de professores e gestores. Tradição no sentido de continuar fazendo porque sempre foi assim. Por onde começar? Acho que seria inovando, mas com responsabilidade.

Marcos Kayser

Presidente Comitê PGQP Paranhana

Mãe de Deus: atendendo a saúde e fomentando a economia

Na última terça-feira, dia 3, foi veiculado no Paranhana Online, site da TCA na Internet, a aprovação de quatro projetos que tratam da situação do Hospital de Caridade, que autorizam movimentações orçamentárias que permitem o município receber recursos do Estado, além de ratificar termos de compromissos firmados com o governo estadual e com o Hospital Mãe de Deus, que tudo indica fará a gestão do Hospital. A Câmara também autorizou que a Prefeitura repasse ao Mãe de Deus até R$ 600 mil para serem utilizados nas reformas a serem feitas no Hospital de Taquara. De acordo com o prefeito Délcio, após serem sancionados os projetos, será providenciado um primeiro repasse na ordem de R$ 325 mil ao Hospital Mãe de Deus, sendo R$ 125 mil provenientes do governo estadual, referentes à Consulta Popular de 2005 e os outros R$ 200 mil sendo de recursos próprios da Prefeitura, obtidos com a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).  Assim, como se apresenta, se encaminha a regularização do Hospital de Caridade que permitirá a sua tão esperada e necessária reabertura. Na condição de empresário e representante de uma entidade empresarial que defende a idéia de uma priorização pelas coisas da terra, penso haver aí uma oportunidade para um pequeno fortalecimento da nossa economia. Como o Mãe de Deus não é uma instituição com raízes em Taquara e no Paranhana mas que agora passará a conviver e viver na comunidade, seria interessante que priorizasse as empresas e os prestadores de serviços daqui, que empregam e pagam seus impostos aqui, já desde os primeiros investimentos. Para isso seria importante que a Prefeitura chamasse a atenção dos administradores do Mãe de Deus e exercesse um mínimo de controle possível sobre esta prática. Claro que esta priorização pelos fornecedores locais, não poderia trazer prejuízos financeiros a entidade nem prejuízos no campo da qualidade. Ou seja, não se está pedindo para consumir daqui por obrigação, se a velha relação custo x benefício não compensa, mas que as escolhas do Mãe de Deus, fiquem bem transparente ao menos para os representantes fiscalizadores da comunidade. O que se pede não é privilégios, mas oportunidades. Se fosse para este caminho, teríamos um Hospital dando conta do seu propósito principal que é atender a saúde do corpo humano, mas também estaria fomentando a saúde econômica da região, sem ofender princípios econômicos nem morais.