É comum apontarmos a falta de planejamento como uma exclusividade dos governos municipal, estadual e federal. Mas se observarmos mais atentamente ao setor privado, principalmente as micro e pequenas empresas, perceberemos carência de planejamento em alto grau. Então podemos pensar que a falta de planejamento seja um problema brasileiro. Talvez não seja mundial porque percebemos que outros, como por exemplo, os americanos, parecem ter na veia a prática de metodologias de planejamento e gestão. E o que significa planejar? Sem muita retórica, planejar é estabelecer objetivos e projetar as vias para conquistá-los, quem sabe, com excelência. Pensar o que queremos, sem deixar de olhar para trás. Analisar as potencialidades inerentes e pontos vulneráveis, as ameaças e oportunidades externas. Apesar de todos os caminhos nos levarem a algum lugar, nem todos os caminhos nos levam ao objetivo desejado. Aqueles que sabem onde querem chegar e por onde pretendem trilhar, elegem alguns indicadores para auxiliá-los a acompanhar se estão ou não se aproximando do destino que planejaram, ou seja, da meta. Os riscos de não se chegar aonde se quer são enormes se não avaliarmos e estabelecermos previamente o melhor caminho. Isso é de uma obviedade, mas ainda tem muitos que agem sem uma análise mínima, que a sistematização muitas vezes possibilita. Escolhem por impulso, ou pela “teoria do achismo”, incorrendo na maioria das vezes em fracasso. Para a não adoção de uma sistematização, justificam que o plano está na cabeça do chefe, empresário ou prefeito, desprezando que restringir a um só impede o compartilhamento de idéias e a adesão responsável. Planejar dá trabalho e exige sacrifícios. Não é bom pensar que o brasileiro é por natureza ou por cultura preguiçoso e, por isso, não tem o hábito de planejar. Planejar exige tempo e disponibilidade. Coisa que não está sobrando e, na maioria das vezes, não se tem. Mas se convencermos ao exército da resistência que é justamente para ganhar tempo que optamos pelo planejamento, talvez começaremos a motivar uma transformação. Dá para acreditar que planejar evita o desperdício, principalmente de tempo? Logo o tempo que é uma das maiores ambições humanas. Imaginemos fazer uma viagem de longa distância sem um plano mínimo. Ir até o aeroporto sem previamente ter planejado a compra da passagem. Não planejar aonde se hospedar, nem os lugares a visitar. O tempo se esgotará na resolução de problemas, restando pouco tempo para o prazer da viagem. Mais uma vez parece óbvio a utilidade do planejamento. Contudo, são minorias que elaboram seus planejamentos e aqueles que o fazem confirmam sua utilidade, não somente para crescer, mas primeiramente para sobreviver. Planejar então para quem assimila a sua importância, passa a ser uma questão de vida e morte. Tomara que planejamentos estratégicos regionais e estaduais, como é o caso da Agenda 2020, vençam as resistências, pelo bem geral da humanidade gaúcha!