Por que existe o mal?

Porque existe o mal é uma questão que intriga todos desde muito. Já foi inclusive motivo de debates ferrenhos que colocaram em cheque a existência de Deus. Sim porque se Deus é bom e quer o bem, o que é lógico, porque deixa que até crianças inocentes sejam vítimas do mal? E não adiantava dizer que o mal era o homem o responsável, pois logo vinha o contra argumento dizendo que a responsabilidade estava no criador da espécie humana, recaindo a responsabilidade do mal sobre Deus. “Se Deus existe, de onde vem o mal?”, perguntava Leibniz. Mas, gostaria aqui de levar a reflexão não para o viés religioso, mas filosófico. Se existe mal, e existe, o mal é antes de mais nada o que faz mal, aparecendo o sofrimento como o mal primeiro, e o pior. Mas para o mal existir, é preciso alguém ser o seu agente, há que haver quem faz o mal. Haverá outro a não ser o homem? Quando o gato come o rato e o cão come o pássaro, não costumamos dizer que o gato e o cão fizeram um mal, nem que o gato e o cão são egoístas. Na verdade, parece ser do senso comum que o animal não comete um mal. O que ele faz é movido por seu instinto animal, normalmente o instinto de sobrevivência, o que acaba por absolver toda a espécie animal de qualquer julgamento moral. Então não podemos dizer que o mal cometido pelo homem seja uma herança da evolução das espécies, pois nossos primatas animais não cometem o mal. Agora, porque quando o homem comete um ato violento, diferentemente dos animais, ele é considerado mal? È bem provável que um dos motivos para que o mal seja atributo da espécie humana porque o homem tem a consciência de seus atos, distintamente dos animais. Talvez o homem tenha expandido o instinto de sobrevivência, herdado dos animais (para quem acredita na teoria da evolução), para uma busca constante por poder, que culmina em lutas e disputas atrozes, cuja arma, muitas vezes é o mal. Mesmo que rima, mal não combina com animal, apesar de que, por força da linguagem, quando um homem ou uma mulher cometem um mal, costumamos dizer que aquele ou aquela é um animal. Mas, porque há tanta maldade no mundo? Simplesmente porque o homem é mal, não por ter uma natureza malvada, mas por seu egoísmo natural.

Marcos Kayser

Filósofo

Marketing do Calor

As duas primeiras semanas de janeiro foram marcadas por temperaturas altíssimas no Estado, inclusive foram batidos recordes históricos, os maiores registrados nos últimos 20 anos. O recorde foi batido por Igrejinha, onde a máxima, à tarde, chegou à 41,6 graus, no dia 8 de janeiro, ultrapassando o índice de 41,3 graus registrado no dia 26 de janeiro de 1986 em Campo Bom. A marca ficou apenas um grau abaixo do recorde absoluto de temperatura do Estado, ocorrido em 1943, quando a temperatura máxima chegou a 42,6 graus. Como o Oitavo Distrito de Metereologia tem ponto de presença em Campo Bom é o nome de Campo Bom que se viu estampar nos jornais do país e ser citado pelas grandes redes de TV do país. Aí vem a pergunta: Taquara não é mais quente do que Campo Bom? Por presumir que a resposta tem boas chances de ser afirmativa, ou seja, é possível que Taquara seja mais quente do que Campo Bom, a pergunta nos sugere a possibilidade de uma iniciativa em torno do pleito da instalação de um Distrito de Metereologia, senão em Taquara, numa das cidades do Paranhana, corrigindo assim um provável equívoco no apontamento das maiores temperaturas do Estado. Assim ao em vez de ver Campo Bom aparecer na mídia apareceria uma das cidades daqui. Para Taquara seria uma forma de estar em evidência, numa evidência que não seria depreciativa, pois depreciativo é estar entre as cidades com menor renda percapita do Estado, depreciativo é ser vista como uma cidade mal cuidada. Talvez, algum segmento que dependa do calor possa se interessar em se desenvolver por aqui, (desde que a cidade volte a ser bem cuidada, é claro). Desconsideradas todas estas motivações restaria ainda a motivação de ter no calor uma nova referência para Taquara, uma espécie de marketing do calor, já que a cidade carece de melhores identificações para restituir a estima que merece.