Vereadores: por amor a pátria Taquara

Levantamento feito pelo ABC Domingo, jornal do Grupo Sinos, com dados do exercício de 2010, mostra Ivoti em primeiro lugar no ranking do percentual de gastos dos Legislativos de 52 cidades da abrangência do jornal. Três Coroas continua em 2º  lugar com 0,76% de gastos, com 2 funcionários e cada vereador ganha R$ 1.769,68. Igrejinha ocupa o 11º lugar com 1,36%, 9 funcionários e o vereador recebe um salário de R$ 1.845,01. Riozinho está no 23º lugar com 2,08%, 2 funcionários e o vereador recebe R$ 1.435,42. Em 2009, Riozinho estava na 39ª posição. Rolante está no 30º lugar, com 2,34% de gastos, 5 funcionários e o vereador recebe R$ 2.891,19. Rolante também melhorou com relação a 2009 onde estava na posição 37ª. Parobé está no 42º lugar com 2,95%, 37 funcionários e o vereador recebe R$ 3739,12. Parobé melhorou 4 posições no ranking, já que em 2009 estava na 46ª posição. Taquara na posição 46ª é o município do Paranhana na pior colocação, próximo de Araricá que é a última colocada na posição 53. O percentual de gastos do Legislativo taquarense é de 3,23%, 28 funcionários e o vereador ganha R$ 4.625,90. Taquara também foi o único município do Paranhana que piorou sua colocação. Em 2009 ocupava o 42º lugar.  A Câmara de Taquara gastou R$ 2.127.279,88 em 2010. Se o legislativo  taquarense gastasse o mesmo percentual de Montenegro, cuja população é muito similar, sobraria o equivalente a R$ 1.400.000,00 por ano para o Executivo investir em setores prioritários. Se a comparação for estabelecida com relação a Três Coroas, a economia seria ainda maior. Se Taquara não tivesse carência alguma e sobrassem recursos na Prefeitura, até que poderíamos ignorar os gastos da Câmara, mas não temos este privilégio. Diante da situação da Câmara de Taquara que está entre as que mais gastam e, ao mesmo tempo, diante da falta de recursos financeiros e das carências da cidade, não tem como ignorar, até porque todos de alguma forma são prejudicados. Por que fiscalizar e legislar, dever único do vereador, em Taquara custa tanto? Qual é o percentual que representa os gastos com pessoal e os gastos com os próprios vereadores? Se considerarmos só o salário dos vereadores, Taquara é um dos municípios cuja remuneração dos legisladores corresponde ao maior percentual do orçamento municipal. Será que nossos vereadores trabalham tão mais do que os outros? E se trabalham, não poderiam fazer pelo amor a pátria Taquara? Uma conclusão que se pode tirar é que o problema da cidade não está necessariamente na arrecadação, mas no gasto. Nas últimas eleições as urnas apontaram uma certa insatisfação e alguns legisladores não conseguiram a reeleição como esperavam. É bem provável que na próxima eleição este descontentamento aumente.  Por favor  vereadores, a cidade precisa de vocês, façam mais com menos, vamos economizar, vamos nos restringir a fiscalizar e legislar e vamos deixar de ser motivo de chacota para os que nos observam de fora. Contamos com vocês, afinal, vocês representam a nossa vontade e a nossa cidade!

Lutar por poder ou por uma causa?

Dois acontecimentos marcantes ocorridos na semana passada, a tumultuada sessão do legislativo taquarense e a greve dos professores me parece que possuem uma questão comum que pode ajudar a refletir sobre os dois episódios. Em ambos, seus protagonistas  estão mobilizados por uma causa social ou por interesses privados? No caso da sessão da Câmara a luta era pela posse da presidência,  uma instância de poder. Não era por um projeto que poderia vir a beneficiar a comunidade nem tão pouco para decidir sobre um tema de interesse dos eleitores como por exemplo reduzir salários dos legisladores  ou acabar com as diárias. Temas como estes são ignorados e, talvez, jamais serão motivos de lutas internas. No caso da greve dos professores, desde criança, e lá se vai mais  de 35 anos, me lembro minha saudosa mãe envolta com a greve, já na dúvida se era legítima e até onde prejudicaria os seus alunos. Greves persistiram da mesma forma e se ainda são realizadas é porque jamais atingiram seus objetivos. Então acho que o CEPERS  deveria procurar inovar e ser mais justo e efetivo. Esta greve vo ao final do ano letivo chega ser uma ofensa grave à sociedade gaúcha, basta perguntar aos pais e aos próprios alunos. Ao mesmo tempo continua a omissão do CEPERS ao não apresentar qualquer modelo novo para a educação. De novo, e tal qual aos legisladores estamos vendo a luta em causa própria quando deveria, pela função que desempenham, ser pela sociedade. Se a constância dos embates movidos pelo interesse das comunidades fosse equivalente aos em causa própria nosso país seria Outro. A noção da alteridade ainda está muito distante de balizar a conduta dos políticos brasileiros.

Incubadora, sinônimo de desenvolvimento econômico, social e ecológico

Para impulsionar os parques tecnológicos e incubadoras, o Rio Grande do Sul vai liberar até o final do ano R$ 12 milhões, por meio de edital. E tudo a fundo perdido, pois o ganho do Estado é muito maior em geração de empregos e renda. Só os três maiores parques tecnológicos do Estado, Tecnopuc, Tecnosinos e Valetec  juntos geram 13 mil empregos diretos, distribuídos em 150 empresas, em sua grande maioria não poluidoras. Em renda é gerado R$ 55 milhões  por mês, considerando um salário médio de R$ 4.250,00 pago para profissionais com especialização. Os 3 parques produzem em média 95 patentes por ano, demonstrando um elevado grau de inovação.  Para Guilherme Plonski, presidente da Amprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), mais importante do que um parque tecnológico em si é a construção de uma plataforma de desenvolvimento, que valorize o conhecimento das pessoas da região e retenha os talentos. “Além do emprego, é preciso que os cérebros da região se sintam desafiados onde estão, para não irem embora”, cita Plonski em entrevista ao jornal Zero Hora. É tudo que queremos para o Paranhana, mas hoje, o que acontece é o contrário. Temos uma imigração de talentos como ocorre com o Cimol que muitos do que lá se formam vão para empresas fora da região do Paranhana por faltar opções aqui. É bom esclarecer que uma incubadora necessariamente não precisa ofertar grandes espaços físicos e as incubadoras virtuais já são realidades. O ponto chave de uma incubadora não são seus prédios, mas sim o talento dos incubados e a capacidade técnica da instituição de ensino que os apóia, como acontece com a PUC, Unisinos e Feevale. Como se vê, incubadora é um grande negócio em triplo sentido: econômico, social e ecológico.