Vereança: profissão ou representação?

O assunto remuneração de vereadores, apesar de antigo, ainda incomoda muita gente. Em época de eleição a obstinação dos candidatos pelo cargo chama a atenção dos mais “ligados”. É como se estivessem na corrida por uma vaga ao emprego e, pelo que se sabe, a vereança é uma representação e não uma profissão, a menos que já tenha sido regulamentada, sem o aval dos cidadãos que em sua grande maioria condenam tal distorção. Para confirmar o quanto a remuneração está no primeiro plano dos candidatos, basta interrogá-los se concordam em lutar pela redução dos proventos, caso eleitos forem. Há cidades que fogem do padrão, que já é alto, quanto ao exagero da remuneração. Tomamos as dores destas cidades que não merece tamanho desamor de seus representantes máximos, no caso, os vereadores. O salário do vereador é desproporcional ao contexto destas cidades, que possuem escassez de recursos. É uma questão de coerência. O problema econômico pode ser avaliado pelo pib percapita municipal. A profissão de vereador é aquela que oferece a maior remuneração por hora do mercado. É maior do que a de um professor universitário com mestrado e doutorado. É maior que a de muitos médicos. E não conseguimos encontrar justificativas para tanto. Em épocas passadas a atitude era outra. Perguntem aos vereadores mais antigos, de duas ou três décadas atrás. Eles não recebiam praticamente nada e, nem por isso, produziam menos e com menor qualidade. Penso que aqueles que desejam se dedicar as suas cidades, na condição de vereadores, poderiam fazer com pretensões salariais menos ambiciosas. E para coroar a gloriosa passagem pela Casa, poderiam se comprometer a reduzir seus proventos a patamares de um ou dois salários, considerando que mais da metade dos municípios do Brasil não possuem vinte mil habitantes. Há casos, entre eles Taquara, minha cidade natal e visceral, que o salário reduzido em 50% representaria uma economia em torno de R$ 450.000,00 por ano e R$ 1.800.000,00 nos quatro anos de mandato. Taquara querida merece e seus cidadãos agradecem! Acredito e ainda aguardo pelos destemidos candidatos!

PGQP na gestão escolar

Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Sergipe, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, um seleto grupo de Estados brasileiros, não alcançaram a meta do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para 2011, em relação aos anos finais. Ressalta-se que a meta do Ideb proposta é ainda inferior aos índices dos países considerados de primeiro mundo. O Ideb, assim como outros índices, não tem um caráter absoluto, nem a pretensão de ser único, mas desprezar sua relevância é um ato de irresponsabilidade, na medida em que é um indicador que possibilita estabelecer parâmetros comparativos entre escolas e entre Estados, cujas análises podem colaborar para uma melhor compreensão da realidade. Nas últimas edições do Ideb, com periodicidade de dois em dois anos, se verificou que o Rio Grande do Sul está muito distante da posição que os gaúchos almejam. Não é este o “Rio Grande do Sul que a sociedade quer”, como prega a Agenda 2020, sintetizando a vontade que está na alma de todo o riograndense. Onde estará o orgulho deste povo? E a sua dignidade? No nosso imaginário sempre tivemos ambições maiores. Queremos estar no topo, pois acreditamos que nossa vocação é a da liderança, ainda mais quando o tema é a educação, base estrutural para a evolução e o desenvolvimento de uma sociedade. Faz-se necessário admitir, diferentemente de se resignar, que a situação do Rio Grande do Sul não é apenas momentânea, algo de exceção ou um desvio temporário. O quadro é crônico e requer um plano de ações imediato com objetivos de curto e longo prazo, visando o melhor desempenho. Os indicadores depressivos da educação, que acabam se refletindo em outros setores estratégicos, vem de mais tempo, o que não absolve os atuais gestores, dos quais exigimos medidas drásticas e emergentes, por mais contundentes que pareçam. E aqui se inclui o enfrentamento de corporativismos, muito acostumados com a militância em causa exclusivamente própria. Que nossos gestores não venham abrir mão da responsabilidade sobre o presente! E por falar em gestor, é na gestão que reside a causa e, ao mesmo tempo, a solução para os maiores problemas do nosso Estado. A resistência à implantação de um plano de metas mensuráveis para cada professor, para cada escola, para cada município precisa ser superada. É arcaica a citação: o que não se mede, não se melhora. Falta gestão da qualidade nas escolas e, neste caso, para quem se dispõe a crescer, o PGQP (Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade) se apresenta como um grande referencial de excelência. Por que então não aplicar o PGQP em todas as escolas do Estado? Apliquemos na íntegra os 8 critérios com todas as suas ferramentas e boas práticas. Com a palavra aqueles que conhecem o programa e sabem dos seus resultados. Com a palavra os professores que, infelizmente, não reagem. Com a palavra os gestores enclausurados em seus gabinetes, sem a agilidade e, talvez, a coragem, recomendadas para o presente cenário. Com a palavra os alunos que não encontram mais sentido para ir à escola. Com a palavra os pais que não querem nada parecido para os seus filhos, mas demonstram estar conformados. Além da comprovação da eficácia do PGQP no setor privado, o ambiente público já desfruta de bons exemplos como é o caso de algumas prefeituras e do Ministério Público. O programa é economicamente viável e não faltarão voluntários, hoje já são milhares. Por tudo isso, um apelo: chegou a hora de aplicar o PGQP na gestão das escolas municipais e estaduais do nosso atrasado Estado!
Marcos Kayser

O ranking que envergonha

Em tempos de Olimpíadas em que os grandes atletas do mundo inteiro buscam superar marcas e bater recordes, nosso país, o Brasil, precisa inverter a ordem de suas habilidades. Nosso país é primeiro no ranking da falta de seriedade, competência e respeito para com a sua comunidade. É uma pena que a maioria da população desconhece e a elite que tem um mínimo de noção lava as mãos. É arriscasdo e chega ser irresponsável quem pensa que o Brasil é uma grande nação. Segue alguns rankiamentos que colocam o país no topo o que não presta, que diferentemente de representar glória, representa vergonha:

– 1º NO RANKING MUNDIAL EM HOMICIDIOS DE JOVENS (UNICEF)

– 1º NO RANKING MUNDIAL ONDE OS ESTUDANTES TEM MENOS LIVROS EM CASA (PISA)

– 1º EM DANOS AO MEIO AMBIENTE (UNIV. ADELAIDE)

– 1º LUGAR – ABANDONO ESCOLAR NO MERCOSUL (IBGE)

– 3º PIOR EM ESTRUTURA DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA (CNI)

– 3ª MAIOR TARIFA DE DE ENERGIA ELÉTRICA DO MUNDO (AIE)

– 5º NO RANKING MUNDIAL DE ROUBO NO COMÉRCIO (CRResearch-UK)

– ÚLTIMO LUGAR NO RETORNO DE IMPOSTOS.

– E depois ainda tem mais…

Dez dicas para meus filhos

Há um desejo que iguala a humanidade, o desejo da felicidade. Para aqueles que são pais a felicidade dos filhos é a grande prioridade. Mas fazê-los felizes vai um pouco além do poder dos pais. A partir da minha experiência de pai e filho, resolvi escrever dez dicas aos meus amados filhos, não como garantia de uma vida feliz, mas por achar que estas dicas podem fazê-los autores das suas próprias vidas: 

  1. Conhecer-se: Reservar tempo para conhecer a si mesmo. Conhecer as virtudes e os desejos, e também as fraquezas e os medos. Desvendar os próprios mistérios e admitir o que muitas vezes escondemos de nós mesmos.
  2. Conhecer o outro: Escutar o outro na tentativa de descobrir o que ele tem de bom e de mau já que “toda moeda tem dois lados”. Se for do mal ignorá-lo e tome cuidado, afinal, “o homem é o lobo do homem”.
  3. Cuidar-se: Ser prudente com a saúde do corpo, da alma e do meio ambiente, e com os aspectos econômicos e financeiros, primeiro por uma questão de subsistência, depois por segurança e conforto. Não gastar mais do que recebe, “nem colocar todos os ovos na mesma cesta”.
  4. Superar: Admitir os fracassos, tolerar as frustrações, vencer os medos e aceitar as perdas com suas dores, lembrando que tudo flui e tudo tem seu contrário, assim como o prazer é efêmero a dor tem seus dias contados.
  5. Decidir: Fazer escolhas com a consciência de que nem tudo que queremos podemos e devemos, o que implica em também saber se resignar e aprender com aquelas  escolhas que sabidamente não foram as melhores.
  6. Acreditar: Confiar em si, em suas potencialidades, e também confiar em alguns outros, especialmente quem vos ama, sem deixar de ser prudente. Confiar principalmente no tempo o que significa ter paciência.
  7. Planejar: Pensar no amanhã, nos deveres e nos desejos. Definir onde quer chegar, quando e de que forma, lembrando que tudo tem seu custo, mas saber o que se quer já é “meio caminho andado”. Viver intensamente hoje sem negligenciar o amanhã. Planejar aumenta as chances de acertar o alvo.
  8. Produzir: Criar, investir e fazer algo que dê prazer e reconhecimento e, para isso, não precisa ser necessariamente um artista renomado. Uma obra de arte pode ser o próprio trabalho.
  9. Relaxar: Ter a audácia de ignorar a pressão do tempo, para fazer justamente o que não pode fazer por ausência do tempo, incluindo ler poesia e filosofia, escutar boa música e ver filme de qualidade, aqueles que se ainda não são clássicos um dia serão.
  10. Amar: Gostar de si com a maior das intensidades para então amar os amados, os amigos e a cidade. É difícil falar de amor, mas é possível vivê-lo. Felizes os que conseguem e eu tenho este privilégio. Aqui uma confissão: o maior dos meus amores são vocês, minha família!