Minhas 10 virtudes prediletas

Segundo Aristóteles, a virtude é uma disposição adquirida de fazer o bem.  E o que vem a ser o bem? Bem é aquilo que traz alegria, que satisfaz nossos bons desejos. Sim, porque há também os maus desejos e satisfazer um mau desejo já não é mais virtude. Quem dá sem prazer, não é generoso. É preciso a alegria no ato de dar. A virtude também é ato e não só potência. Não é generoso quem pensou e tinha a intenção de dar, mas é generoso quem dá, e dá alegremente.  Quem me conhece, sabe quanto inquieto sou. Inquieto por uma vida verdadeira e se possível alegre, pra mim e para os outros, pelo menos aqueles que fazem parte da minha aldeia, familiar e comunitária. Caso contrário, não valeria a pena viver. Por mair redundante que seja, acho que uma vida triste é muito triste, o que não significa que uma vida não tenha momentos de tristeza. A felicidade, a alegria de  saber viver, depende um pouco da sorte e muito das virtudes de cada um. E quais serão estas virtudes? Escolhi dez que considero as mais cardeais. Minha felicidade depende delas, até que ponto consigo exercê-las? Não sei! São elas:

  1. O amor: o desejo, a amizade, a capacidade de dar a vida pelo outro, sem o qual é dificílimo, talvez impossível, viver.
  2. A coragem: a força que enfrenta o perigo, o medo, o sofrimento, a dor, as (mal)ditas agruras da vida.
  3. A justiça: aquela que respeita a igualdade, a legalidade e o direito do indivíduo
  4. A temperança: virtude da moderação e do equilíbrio dos prazeres. Nem excesso, nem  falta.
  5. A prudência: a capacidade de escolher os melhores meios para se alcançar os melhores fins.
  6. A generosidade: o reconhecimento voluntário do outro, a quem somos capazes de nos doar.
  7. A fé: uma crença sem prova e sem recompensa.
  8. A humildade:  parecer-se menor, sem deixar de ser grande.
  9. A simplicidade: a virtude da descomplicação, do desapego, da economia, da originalidade.
  10. O humor: dar vontade de rir até do que não seria engraçado. É tirar, literalmente, do sério.

Há outras virtudes, mas aqui e agora, fico com estas. Uma vida virtuosa a todos!

Os da moção perderam a noção

Há uns 40 anos atrás eu ouvia da vó Anita, minha segunda mãe, que “o mundo estava perdido”. Ela se referia a fatos que ocorriam na sociedade que não eram comuns ao seu tempo como, por exemplo, cenas mais erotizadas em programas de TV. Dava para compreender, pois minha vó, que nasceu no início do século XX, vinha de outro tempo. O que não dá para compreender são os vereadores de Taquara que assinaram uma moção de apoio ao tal Deputado Feliciano e suas posições altamente discriminatórias. Esta moção me faz lembrar da frase da vó, só que neste caso é “Taquara que está perdida”. O que esperar de uma cidade com este nível de representação? Sem entrar no mérito da moção, que nem merece discussão, não haveria assuntos mais prioritários para serem debatidos em nome da nossa cidade? Ou Taquara chegou ao patamar mais elevado da excelência, onde nada precisar mudar e melhorar, ou os vereadores taquarenses perderam a esperança diante dos problemas existentes e não confiam nem mesmo no poder que possuem. Ou ainda, a moção pode ser uma espécie de estratégia para desviar de temas relevantes e essenciais. Convenhamos, em pleno século XXI, a cidade precisando de um debate sério e profundo sobre seu desenvolvimento econômico e social e os vereadores gastando tempo com moção? O problema dos vereadores de Taquara parece não ser com a tal moção, mas com a falta de noção: noção de igualdade, noção de prioridade, noção de representação,… Absurdo ou comédia? Fico com a primeira opção, para não ter que rir da minha própria tragédia. Parabéns a população que se mobilizou! Mobilizações sobre outros temas da aldeia também serão bem vindas! Tomara que nossos vereadores tenham aprendido uma boa lição.