Um amigo pediu que eu citasse 3 verbos que seriam aqueles que eu mais gosto ou gostaria de conjugar. Pensei e dispareii: Amar, Acreditar e Aceitar, Por coincidência, 3 A’s. Amar os amores que tenho (e que sorte a minha que tenho!). Acreditar no amor que virá (dos próprios amores que tenho e de outros que poderei conquistar). Aceitar o amor que se foi (como tudo na vida, amor também se vai). Um dos amores que tenho é o amor pela vida, que me faz sofrer como todo o amor. Amo tanto que ainda não consegui entender o fato de morrer. Talvez um dia eu aprenda a amar sem me apegar. Será??? Dito por outro amigo: o caminho é a resignação. Sei, mas requer uma capacidade imensa de aceitação. Talvez aceitar, seja dos três verbos aquele que mais tenho que exercitar. Amar é viver e só o amor torna a vida amável. Não é verdade que o amor é mais forte do que a morte. Até quem ama, morre, o que, cá entre nós, é uma baita sacanagem para com os amantes, Então, sem outra alternativa, aceitemos a morte, mas sem deixar de amar. “É necessário amar algum objeto e nos unir a ele para existir”, diz Espinosa. Para aceitar é preciso acreditar. Para acreditar é preciso amar, E para amar? Antes de mais nada, admitir humildemente que somos fracos demais para nos bastarmos. Depois, conjugar o verbo amar em todas as pessoas. Amor de amante, amor de pai, amor de mãe, amor de filho, amor de amigo, amor de cidadão. Perguntei ao meu amigo quais eram os verbos dele e ele me respondeu que ia pensar… Disse a ele: pensa, mas não deixa de amar. Se doer, aceita, mas não deixa de acreditar.
Marcos Kayser