A escola e a escolha – Parte I

Desde pequeninos, estamos acostumados a ouvir falar na importância da escola. São nossos pais dizendo que vamos para a escola aprender a ler e escrever. Somos nós curiosos para conhecer o que esta tal escola tão falada tem por dar.  A escola é tão comumente falada que pouco nos faz refletimos sobre ela, é praticamente um conceito apriori, ou seja, previamente dado, estabelecido e fechado. Mas assim como o mundo não pára, flui como as águas do rio de Heráclito, a escola se renova, ou melhor, deveria renovar-se constantemente para acompanhar a renovação constante do mundo. Deveria, mas não faz. Acaba  sendo um outro mundo desconectado do mundo que a todo momento se transforma. A conseqüência desta formatação, é a preparação de cidadãos despreparados para o enfrentamento dos imensuráveis desafios que a mudança provoca. Um dos objetivos da educação formal, ou seja, a escola, é fazer com que o aluno acumule conhecimentos que se dá através da transmissão destes conhecimentos conquistados pela humanidade ao longo dos tempos.  Outro objetivo é preparar os jovens para produzirem novos conhecimentos, a partir da dimensão criadora de cada ser humano, potencialmente, capacitado para fazer as transformações que o mundo precisa para evoluir. Resumidamente, a escola tem o papel de transmitir conhecimentos e, principalmente, nos fazer produzir novos conhecimentos. Esta segunda incumbência não exclui a primeira, mas a supera, hierarquicamente. Muitos intelectuais, e dentre eles Paulo Freire, já falaram sobre isso, talvez com outros nomes, mas o sentido é praticamente o mesmo. Denunciam que a função reprodutora da escola não é compatível com os tempos atuais, que alguns chamam de pós-modernidade. A escola não inova, não aprofunda, anda no mesmo compasso das escolas informais, dentre elas estão os meios de comunicação de massa, mais especificamente, a televisão. Sim a televisão, ou alguém acha que a televisão não ensina? Sim ensina e ensina muito, porém sem o compromisso de formar criaturas pensadoras, menos ainda criadoras. A escola de hoje produz meros expectadores ao em vez de produzir bons atores. Atores criadores que vão além de um simples ato de reprodução de um texto, mas atores que inventam e dão vida nova ao personagem que representam.

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