O cristão acredita que aquele que não ama, não conhece a Deus. O filósofo argumenta que aquele que não ama, não conhece a vida. O amor do cristão salva, o amor do filósofo condena a viver aqui e agora, o que não impede do filósofo ser cristão e vice-versa. Amor que traz alegria, que gera apego, que dá aquela vontade louca de estar sempre grudado ao “objeto” amado. E o amor não é só porque faz falta, se assim fosse, estaria acabado, tão logo a falta fosse embora. Não creio que haverá vivente que não tenha experimentado este sentimento, mais ou menos intenso. Há alguns que dizem não ter encontrado o amor, mas é bem provavel que se referem a uma paixão. Paixão que é aquele estado da alma que, apesar de gostoso, ultrapassa o amor e acaba se perdendo na “primeira curva”. E como é bom amar e saber que se ama. Particularmente, confesso ter alguns amores. O maior deles, sem “sombra de dúvida”, são meus filhos. Feliz sou por sentir este amor. Preocupações, conflitos, mas o regozijo compensa. Amo também amigos que considero irmãos. Como diz um deles, “amigo é o irmão que se escolhe”. Amo também a minha empresa, o conjunto da obra que reúne sócios, funcionários e clientes. E além de outros amores, que ficam por conta da privacidade, amo a minha cidade: Taquara. Cidade em que nasci, cresci, e aprendi a gostar por ter sido acolhido por ela, especialmente, por uma parcela de conhecidos da sua gente. Explicações mais detalhadas sobre este amor não há, pois, como diz Fernando Pessoa, “compreender é esquecer de amar”. E por amar Taquara espero muito dela e tenho momentos de decepção e depressão, como acontece em toda relação amorosa. Taquara nem sempre me corresponde à altura do meu sentimento. Quero vê-la sempre limpa, organizada, embelezada, com requintes de bom gosto, e ela não se arruma assim. Quero vê-la com sua gente participando ativamente do seu planejamento estratégico e não vejo assim. Quero vê-la com uma renda percapita maior, com uma economia diversificada e próspera, e não há perspectiva assim. Vão me chamar de exigente (e chato), mas é pelo bem dela e pelo nosso bem também. Taquara, se o teu destino é ter “um lugar de destaque na história”, como diz teu hino, pode saber que já tens um lugar de destaque na minha história e na história de milhares de taquarenses. Aos olhares de outros pode até ser uma cidade do interior comum as outras, ou até menos atraente, e para quem me questiona, porque continuo morando em Taquara, respondo que “o amor é cego” e ponto. Porém, Taquara, cuidado,… o amor também morre,… por isso, te convido a andarmos de mãos dadas!
Marcos Kayser