Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Sergipe, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, um seleto grupo de Estados brasileiros, não alcançaram a meta do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para 2011, em relação aos anos finais. Ressalta-se que a meta do Ideb proposta é ainda inferior aos índices dos países considerados de primeiro mundo. O Ideb, assim como outros índices, não tem um caráter absoluto, nem a pretensão de ser único, mas desprezar sua relevância é um ato de irresponsabilidade, na medida em que é um indicador que possibilita estabelecer parâmetros comparativos entre escolas e entre Estados, cujas análises podem colaborar para uma melhor compreensão da realidade. Nas últimas edições do Ideb, com periodicidade de dois em dois anos, se verificou que o Rio Grande do Sul está muito distante da posição que os gaúchos almejam. Não é este o “Rio Grande do Sul que a sociedade quer”, como prega a Agenda 2020, sintetizando a vontade que está na alma de todo o riograndense. Onde estará o orgulho deste povo? E a sua dignidade? No nosso imaginário sempre tivemos ambições maiores. Queremos estar no topo, pois acreditamos que nossa vocação é a da liderança, ainda mais quando o tema é a educação, base estrutural para a evolução e o desenvolvimento de uma sociedade. Faz-se necessário admitir, diferentemente de se resignar, que a situação do Rio Grande do Sul não é apenas momentânea, algo de exceção ou um desvio temporário. O quadro é crônico e requer um plano de ações imediato com objetivos de curto e longo prazo, visando o melhor desempenho. Os indicadores depressivos da educação, que acabam se refletindo em outros setores estratégicos, vem de mais tempo, o que não absolve os atuais gestores, dos quais exigimos medidas drásticas e emergentes, por mais contundentes que pareçam. E aqui se inclui o enfrentamento de corporativismos, muito acostumados com a militância em causa exclusivamente própria. Que nossos gestores não venham abrir mão da responsabilidade sobre o presente! E por falar em gestor, é na gestão que reside a causa e, ao mesmo tempo, a solução para os maiores problemas do nosso Estado. A resistência à implantação de um plano de metas mensuráveis para cada professor, para cada escola, para cada município precisa ser superada. É arcaica a citação: o que não se mede, não se melhora. Falta gestão da qualidade nas escolas e, neste caso, para quem se dispõe a crescer, o PGQP (Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade) se apresenta como um grande referencial de excelência. Por que então não aplicar o PGQP em todas as escolas do Estado? Apliquemos na íntegra os 8 critérios com todas as suas ferramentas e boas práticas. Com a palavra aqueles que conhecem o programa e sabem dos seus resultados. Com a palavra os professores que, infelizmente, não reagem. Com a palavra os gestores enclausurados em seus gabinetes, sem a agilidade e, talvez, a coragem, recomendadas para o presente cenário. Com a palavra os alunos que não encontram mais sentido para ir à escola. Com a palavra os pais que não querem nada parecido para os seus filhos, mas demonstram estar conformados. Além da comprovação da eficácia do PGQP no setor privado, o ambiente público já desfruta de bons exemplos como é o caso de algumas prefeituras e do Ministério Público. O programa é economicamente viável e não faltarão voluntários, hoje já são milhares. Por tudo isso, um apelo: chegou a hora de aplicar o PGQP na gestão das escolas municipais e estaduais do nosso atrasado Estado!
Marcos Kayser