Reportagem da Zero Hora neste domingo, mostrou o quanto trabalham os gaúchos. Segundo pesquisa coordenada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Rio Grande do Sul é o segundo estado brasileiro com o maior número de pessoas, cuja jornada de trabalho semanal ultrapassa 49h. O estado aparece com 19,8% de trabalhadores acima desta carga horária, enquanto que o primeiro colocado é Mato Grosso com 20,7%. Lembrando que este Estado foi colonizado por gaúchos. A média entre os Estados brasileiros é de 15,9%. Outro dado relativo ao trabalho é que no RS há mais pessoas em idade ativa efetivamente trabalhando. Os números comprovam a fama do gaúcho de trabalhar muito, o que necessariamente não garante as melhores compensações financeiras. Trabalhar mais em horas não é sinônimo de produtividade, fazer mais e melhor com menos, entre outras palavras. O trabalho dos gaúchos gera menos riqueza do que o de paulistas, fluminenses e catarinenses, conforme levantamento da revista britânica The Economist. O perfil da economia no RS, formada por muitas empresas familiares, também ajuda a explicar as longas jornadas: o pequeno empreendedor e sua família não batem cartão nem negociam horário com o chefe, mas trabalham enquanto houver cliente – explica Lúcia Garcia, coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese. Essa realidade é mais clara no setor de comércio e serviços. Se para muitos, trabalhar parece ser um sacrifício, para outros, dedicar a metade do dia ao trabalho é um prazer, um gozo. O êxtase é trabalhar prazerosamente, fazendo do trabalho uma espécie de lazer, o que não é ficção! Se em dado momento de ócio, quando estamos sem nenhum trabalho por e para fazer, decidirmos trabalhar, por livre e espontânea vontade, estamos diante da possibilidade do trabalho ter virado lazer, ou isso estará muito próximo de acontecer.