A tragédia ocorrida na semana passada na ERS 115, quando um caminhão esmagou carros e terminou com a vida de quatro pessoas, pode suscitar análises sob muitas perspectivas. Na perspectiva política podemos pensar que não há planejamento e investimento adequado do governo em infraestrutura. É imprudência interromper uma rodovia a ponto de fazer os veículos pararem em horário de tráfego intenso, formando enormes filas. As alternativas seriam interromper em outro horário ou duplicar a pista como é defendida pela Agenda Paranhana 2020 desde 2008. Na rodovia duplicada não seria necessário chegar ao extremo de parar o trânsito para realizar uma manutenção em uma das pistas. Daria para liberar meia pista e se reduziria em muito o risco de acidentes. Para piorar ainda mais a segurança no trânsito, o governo federal incentiva o consumo de veículos, faz o número dobrar em poucos anos, ignorando a precariedade das estradas. E a tragédia teve como protagonista fatídico um caminhão. Se o governo investisse em outras formas alternativas de transporte, não teríamos tantos caminhões nas estradas. Na perspectiva da vida em si, os familiares das quatro pessoas mortas sentem a dor de uma perda que os pegou de supetão, sem nenhuma preparação. E haverá alguém preparado para perder uma criança, um bebê? Invejo os poucos que estão preparados para perder quem se ama. Resta a perspectiva da fé. Deus estará acolhendo os que se foram, confortando os que ficaram. Mas me pergunto, ou melhor, pergunto a Ele: porque inventou esta tremenda sacanagem que é a morte?