Fez-se justiça no futebol. Logo o futebol que muitas vezes não é justo. O sorriso venceu o choro. O planejamento, o improviso. A glória, o lamento. Venceu a educação, a inteligência, a confiança, o equilíbrio emocional. Venceu o que chamamos de “primeiro mundo”, mas que pode ser apreendido por quem se reconhece menor. É bom demais ver ganhar quem merece! Que aula nos deu a Alemanha. Aula de cultura, engajamento e, principalmente, planejamento. Até a camisa, semelhante a do Flamengo, foi pensada. A presença das famílias sem prejudicar a concentração. E conseguiram uma façanha, foram mais alegres do que nós. Os alemães aprenderam com a derrota para o Brasil em 2002. Será que nos falta humildade ou inteligência para identificar nossas fraquezas e redesenhar um novo caminho de reconquistas? Pelo que se ouve de quem lidera, infelizmente, nada ou quase nada vamos aprender. O técnico brasileiro diz que estamos no caminho, que foi um apagão, algo momentâneo que não se repete, e, ao dizer isso, desmerece o fato ocorrido, perdendo a oportunidade de ensinar que não basta a motivação, é preciso trabalhar e, muitas vezes, repetir incansavelmente até acertar. No caso do futebol isso se chama treinar. Mas não nosso treinador preferiu a estratégia do jeitinho e da malandragem. Fez de conta que treinou um time e escalou outro. Achou que a psicologia motivacional eliminaria a insegurança de um grupo sem preparo técnico e emocional. Ao em vez de planejar as melhores estratégias, treinar e trabalhar, ficou preocupado em enganar a imprensa e o time adversário, dando coletes a quem não ia jogar. Não temos os jogadores mais talentosos do mundo, mas o que temos não justifica tomar 7 à 1. Equipes com a Argélia e Gana que fizeram frente a Alemanha não estão acima do nosso talento. A maior perda, não é tomar 7. A maior perda é deixar de aprender com tudo que esta tragédia dos gramados nos ensina. Tivemos uma aula que não se restringe ao futebol. O fracasso, o vexame, a humilhação sofrida, transcendem as quatro linhas e precisam sacudir a nossa nação. Assim como a própria Alemanha reconstruiu a sua seleção, pós 2002, e o seu país depois da segunda guerra mundial, nós poderíamos pensar em reconstruir nosso país. Estamos diante de uma oportunidade de superação, de evolução para um futuro melhor, não só no campo de futebol, mas em todos aqueles campos de abundante carência de condições. Nós poderíamos estar no lugar deles, mas não basta querer. É preciso pensar nas profundezas, planejar nos detalhes, trabalhar, trabalhar, trabalhar, para só depois comemorar. Para planejar, alguém já ouvir falar no Scopi – Software de Planejamento e Gerenciamento de Projetos? Certamente que sim e está aí uma boa ferramenta para ajudar a planejar (www.scopi.com.br). Se não somos mais o país do futebol, o que seremos? Quem sabe, o futebol nos ensina e adotemos as virtudes dos alemães?
Marcos Kayser