Aos prefeitos compete a diversificação econômica?

Seguidamente nos dirigimos à diversificação econômica como a grande alternativa para a retomada do desenvolvimento da região, onde ainda predomina a indústria do calçado. Outras regiões do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil concordam com a mesma premissa e apontam as vias para tal. Alguns indicam que os prefeitos são os maiores responsáveis por esta tarefa, pois são eles que detêm o poder de apontar para onde sua cidade deve ir na direção da economia e da vocação. Mas seria esta uma responsabilidade do prefeito? Seria ele o ente que reúne as condições para assumir o desafio da diversificação? Desafio que nem mesmo economistas e empresários se atrevem a assumir, visto as dificuldades de prever o futuro na atual economia de mercado. Dificuldades que vão desde a intensa velocidade com que as coisas mudam no mercado até o nível de competitividade existente na economia, enquanto globalizada. Globalização, pela qual a concorrência e as novas tendências se espalham por todos os cantos do planeta, cujos movimentos podem interferir no andamento de qualquer negócio, esteja onde estiver.

O que se pode prever são apenas nuanças do que está por vir. Agora, se concordamos que os prefeitos não têm condições e nem é seu papel definir a vocação econômica de uma região, também podemos concordar que os prefeitos têm papel fundamental na construção de ambiente favorável à diversificação e ao desenvolvimento, em prol do empreendorismo, do crescimento do setor produtivo estabelecido e da atração de novos negócios. Na prática o que isso significa? O ambiente se traduz em infra-estrutura adequada, em cidade limpa, em hospitais e escolas caracterizadas pela cobertura e pela qualidade. E isto é o que mais desejam os trabalhadores, sejam empresários ou funcionários. Independentemente das dificuldades financeiras e da falência do Estado, os prefeitos tem o dever de disponibilizar para os cidadãos da sua cidade os serviços básicos com toda qualidade. Para isso é imprescindível o recurso financeiro, mas também, a vontade e o conhecimento para planejar e tornar realidade. Os recursos financeiros podem ser captados através de bons projetos a serem encaminhados ao governo federal, como também podem ser conquistados através do exercício da austeridade na economia interna da prefeitura, sendo que uma alternativa não exclui a outra. Neste caso o prefeito deixa de ser político para virar administrador e economista. Sobre o futuro da prefeitura, todos os prefeitos têm responsabilidade. Poder para interferir e fazer acontecer. Sobre o futuro da economia toda a sociedade tem responsabilidade. Professores, vereadores, profissionais liberais, empresários, funcionários, enfim, todo aquele que vive este mundo, o mundo da economia de mercado. Felizmente ou infelizmente (particularmente fico com a segunda opção) a soberania do mundo está nas mãos do tal mercado, sobre o qual todos têm poder e, ao mesmo tempo, ninguém.

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