Todos os posts de Marcos Kayser

Marcos Kayser é um dos criadores do Scopi, plataforma que ajuda empresas criarem seus planos estratégicos. É bacharel, licenciado e mestre em Filosofia. Escreveu os livros "O Paradoxo do Desejo", onde busca investigar a mecânica do desejo nas relações de poder, "Quando Tamanho não é documento", onde conta a história da gestão da TCA, empresa vencedora do Prêmio Nacional de Inovação em 2013, da qual foi um dos fundadores, e "Um lugar de primeiro mundo", história de um planejamento estratégico regional.

Dados da violência no Paranhana

Acessando o Portal da Transparência do Paranhana, um dos primeiros projetos implantados que integra a Agenda Paranhana 2020, podemos acompanhar a evolução da região em números. Na primeira semana deste ano foram atualizados os dados referentes ao número de homicídios na região. Indicador que não é definitivo, pois existem outros, mas que é importante no apontamento de uma tendência, que no caso de 2009 foi positiva. A boa notícia é que o número de homicídios no Paranhana em 2009 teve uma redução de aproximadamente 25%. Taquara continua sendo a cidade com o maior número, somando 12 homicídios, sendo que em 2008 haviam sido 16. Apesar de ser a maior em população o número de homicídios em Taquara ainda é muito alto na comparação com os demais municíipios da região, inclusive com relação a Parobé que era tida como a mais violenta, apesar dos números não mostrarem isso. Parobé e Rolante tiveram 4 homicídios cada uma em 2009. Em 2008 Parobé registrou 9 e Rolante 5. Como se pode perceber, em Parobé, percentualmente, houve uma redução de mais de 50% na relação de um ano para o outro. Igrejinha registrou 2 homicídios em 2009 contra 1 em 2008. Três Coroas registrou 1 em 2009 contra nenhum em 2008. Enquanto que Riozinho continuou com nenhum homicídio registrado, como já havia ocorrido em 2008. Em termos regionais, em 2009 houveram 23 homicídios contra 31 em 2008, ou seja, houve uma redução próxima de 25%. Este número de 2009 repete o número de 2007, sendo que de lá para cá a população cresceu na região. Se esta melhora, se assim podemos considerar, é fruto de uma ação mais ostensiva da Brigada e da Polícia, é difícil constatar. O que se sabe é que o contingente policial não aumentou. Contudo, cabe comemorar e aos especialistas informar a que se deve a melhora, se a alguma ação de repressão ou preventiva. Espera-se que não tenha sido por uma questão de sorte. Tomara que os méritos estejam no trabalho dos nossos órgãos de segurança. Lembrando que o Portal da Transparência, onde se pode encontrar uma gama variada de dados da região, encontra-se na Internet no endereço www.paranhana.org.br. É nesta hora que damos valor ao controle, como é bom ter dados sendo apurados e disponibilizados, como é bom poder saber o que acontece hoje para poder compara com ontem e projetar o amanhã. Se o resultado foi melhor, vamos continuar melhorando, se eventualmente piorar vamos encontrar caminhos e planejar ações para reverter e superar.

Marcos Kayser
Presidente CICS-VP
Entidade coordenadora da Agenda Paranhana 2020

PIB espelha a economia da região

O Pib da região, exercício 2007, continua nas últimas posições no ranking gaúcho, espelhando a realidade econômica do Paranhana. A região segue na 20.ª posição no Rio Grande do Sul de um total de vinte e duas, o que significa que estamos entre as três piores economias do Estado. No ranking do PIB per capita, que é o Pib dividido pela população, a região também manteve a mesma posição, apesar do PIB de 2007 ter tido um crescimento de 15,8% em relação a 2006, mas não foi suficiente para fazer a região melhorar a sua posição. Posição que confirma as dificuldades econômicas enfrentadas principalmente pelas empresas que dependem do mercado local. O melhor resultado em termos de PIB per capita em 2007 foi de Igrejinha, com um valor de R$ 15.573, que ocupa a 153ª colocação no Rio Grande do Sul. O segundo melhor resultado é de Três Coroas, com um valor de R$ 13.785 e a 198ª posição no Estado. Na terceira posição, Riozinho alcançou o PIB per capita de R$ 10.533, ocupando a 329ª colocação no Estado. Três municípios da região continuam com PIB per capita abaixo dos R$ 10 mil. Em Parobé, o valor foi de R$ 9.760 em 2007, na 372ª colocação no Estado. Rolante alcançou um PIB per capita de R$ 9.310 na posição 406. Por fim, Taquara continua com o pior PIB per capita do Vale do Paranhana com o valor de R$ 8.881,00, na posição 425 de um total de 496 municípios. A falta de indústrias pode ser apontada com uma das causas para a posição preocupante de Taquara. Posição que, infelizmente, não muda substancialmente de um ano para o outro, ao menos que surja ou se instale na cidade uma grande indústria, como ocorreu com a Schincariol em Igrejinha, o que fez com que a mesma desse um grande salto. O caso de Igrejinha aponta para a importância das influências políticas, talvez mais determinantes do que os aspectos técnicos que condicionam a decisão de uma grande empresa se instalar num dado lugar. E neste quesito parece que Taquara não está entre aquelas cidades com maior poder político, pois, se assim fosse, é bem provável que já teria trazido empreendimentos de grande porte para cá. Outra questão é o fator empreendedorismo. Ao que parece Taquara também não está entre aquelas com o maior potencial empreendedor, senão já teríamos um pólo industrial, pois os próprios empreendedores locais pressionariam o Executivo para criar o tão falado distrito industrial que há 20 anos atrás era Parobé. Hoje nem sei mais se há espaço para a criação de um distrito industrial, pois outras cidades vizinhas já possuem e oferecem melhores condições pois junto de seus distritos há inclusive incubadoras tecnológicas, como é o caso de Campo Bom. Com base no cenário atual, podemos pensar que os governantes do passado não souberam planejar o futuro de Taquara, não pensaram estrategicamente. Poderiam ter previsto o risco de perder Parobé e assim criar estratégias como evitar o surgimento de casas residenciais no distrito, como fez Gravataí, só a título de exemplo. Assim, não dá para excluir a grande parcela de responsabilidade dos governantes municipais pelo estágio da economia, em especial, de Taquara, e se espera que aprendam que é necessários planejar e ter visão de longo prazo.

Até rei tem preço

Na cobertura da escolha dos grupos da Copa do Mundo de 2010, diretamente da cidade do Cabo, na África do Sul, a curiosidade era saber quais seriam as seleções que fariam parte do grupo do Brasil.  Mesmo com o sentimento otimista, construído a partir da boa performance dos comandados de Dunga, durante as eliminatórias, sempre há uma certa dose de ansiedade por saber quais adversários estarão no caminho da seleção canarinho e até que ponto poderão representar algum tipo de ameaça à classificação já na primeira fase. Mas, apesar do centro da atenção estar na formação dos grupos, particularmente, o que chamou a atenção foi não ter ouvido o nome de Pelé dentre as celebridades protagonistas do sorteio, por ser figura indispensável nos grandes eventos do futebol internacional. Não demorou muito para saber que a ausência de Pelé se dava a uma concorrência entre o patrocinador da FIFA, entidade promotora da Copa do Mundo, e o patrocinador do rei do futebol. Nos jornais e na Internet informações sobre o fato, considerado por mim inusitado pela ausência de Pelé no evento, não suscitou maior destaque. Surpreendeu-me a falta de mais detalhes sobre o assunto, nenhum comentário que pudesse trazer algum questionamento ou elevar o pensamento sobre o que faz com que um homem condicione suas paixões ao poder econômico. Talvez por causa da vertente filosófica, pensei em encontrar algo escrito que fosse além do fato em si, induzindo a refletir o peso do interesse econômico, capaz de determinar a conduta de um rei, aparentemente com a vida resolvida, sob o aspecto financeiro e de poder. Apressadamente ou ingenuamente, sei lá, constatei: “até rei tem preço”. Isso significa que Pelé é mercadoria e, como tal, pode ser comprada, tem preço e tem quem compra. Comprador que adquire o direito inclusive de tolher o rei de contemplar aquilo que, bem provável, seja sua maior paixão: as coisas do futebol. Indo um pouco além da primeira questão, por que Pelé não estava presente, podemos pensar: por que um homem já afortunado se submete a conter seus desejos e paixões por uma única e exclusiva motivação: mais dinheiro? Hobbes, filósofo do século XVI, continua vivo. Ele cita que todo o homem busca felicidade e a felicidade é um movimento contínuo do desejo de um objeto ao outro sem cessar. E desejo para Hobbes é desejo de poder. E poder para nossa sociedade contemporânea é dinheiro. Até Pelé, com toda a fortuna que tem, rende-se ao dinheiro e o movimento em busca dele, é incessante, sempre mais e mais, sem cessar, pelo menos até a morte. Não se conforma quem não tem, não se contenta que tem. Então me atrevo a desconfiar que “o trono da majestade não é do rei, é de outra majestade: o mercado”. Se havia outro motivo para Pelé não estar presente, desconsidere o que escrevi sobre o rei, mas não sobre o dinheiro.

Planejamento: uma questão de sobrevivência

É comum apontarmos a falta de planejamento como uma exclusividade dos governos municipal, estadual e federal. Mas se observarmos mais atentamente ao setor privado, principalmente as micro e pequenas empresas, perceberemos carência de planejamento em alto grau. Então podemos pensar que a falta de planejamento seja um problema brasileiro. Talvez não seja mundial porque percebemos que outros, como por exemplo, os americanos, parecem ter na veia a prática de metodologias de planejamento e gestão. E o que significa planejar? Sem muita retórica, planejar é estabelecer objetivos e projetar as vias para conquistá-los, quem sabe, com excelência. Pensar o que queremos, sem deixar de olhar para trás. Analisar as potencialidades inerentes e pontos vulneráveis, as ameaças e oportunidades externas. Apesar de todos os caminhos nos levarem a algum lugar, nem todos os caminhos nos levam ao objetivo desejado. Aqueles que sabem onde querem chegar e por onde pretendem trilhar, elegem alguns indicadores para auxiliá-los a acompanhar se estão ou não se aproximando do destino que planejaram, ou seja, da meta. Os riscos de não se chegar aonde se quer são enormes se não avaliarmos e estabelecermos previamente o melhor caminho. Isso é de uma obviedade, mas ainda tem muitos que agem sem uma análise mínima, que a sistematização muitas vezes possibilita. Escolhem por impulso, ou pela “teoria do achismo”, incorrendo na maioria das vezes em fracasso. Para a não adoção de uma sistematização, justificam que o plano está na cabeça do chefe, empresário ou prefeito, desprezando que restringir a um só impede o compartilhamento de idéias e a adesão responsável. Planejar dá trabalho e exige sacrifícios. Não é bom pensar que o brasileiro é por natureza ou por cultura preguiçoso e, por isso, não tem o hábito de planejar. Planejar exige tempo e disponibilidade. Coisa que não está sobrando e, na maioria das vezes, não se tem. Mas se convencermos ao exército da resistência que é justamente para ganhar tempo que optamos pelo planejamento, talvez começaremos a motivar uma transformação. Dá para acreditar que planejar evita o desperdício, principalmente de tempo? Logo o tempo que é uma das maiores ambições humanas. Imaginemos fazer uma viagem de longa distância sem um plano mínimo. Ir até o aeroporto sem previamente ter planejado a compra da passagem. Não planejar aonde se hospedar, nem os lugares a visitar. O tempo se esgotará na resolução de problemas, restando pouco tempo para o prazer da viagem. Mais uma vez parece óbvio a utilidade do planejamento. Contudo, são minorias que elaboram seus planejamentos e aqueles que o fazem confirmam sua utilidade, não somente para crescer, mas primeiramente para sobreviver. Planejar então para quem assimila a sua importância, passa a ser uma questão de vida e morte. Tomara que planejamentos estratégicos regionais e estaduais, como é o caso da Agenda 2020, vençam as resistências, pelo bem geral da humanidade gaúcha!

No rumo da integração regional

Quando se trata de decisão tomada por políticos, nem tudo é motivo para lamentação e indignação A criação da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana e do Consórcio Intermunicipal, com o objetivo principal de desenvolver projetos comuns às cidades do Paranhana é motivo de sorrisos e aplausos. É bem vinda e merece nossa saudação.

Há 20 anos, lideranças empresariais, dentre as quais Guido Utz e Décio Schenkel, que presidiam a ACIT, deram início ao movimento de consolidação de uma identidade própria para a região: o Paranhana. A ACIT se transformou em CICS-VP (Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária do Vale do Paranhana), tendo como meta principal a da integração regional, simbolizada, na época, por uma logomarca enaltecendo o calçado nas correntezas do rio Paranhana e o slogam “a força da corrente”.

Agora dentro do mesmo objetivo, o da integração, teremos uma entidade que congregará todos os prefeitos das seis cidades do Vale. Só assim temos alguma chance de fazer frente às adversidades e as desavenças e reverter a situação nada confortável em que a região se encontra quando analisada sobre a ótica do desenvolvimento socioeconômico como demonstra o IDESE (Índice de Desenvolvimento Sócioeconômico).

Para recuperar, só no médio e no longo prazo e isso se adotarmos a ferramenta do planejamento, indispensável para quem se dispõe a construir um projeto responsável e sustentável. Planejamento estratégico regional que no nosso caso é a Agenda Paranhana 2020, capitaneado pela sociedade civil organizada, representada por voluntários, entidades de classe e o poder público, em especial os executivos municipais e seus legisladores. Agenda que começou com um diagnóstico, uma espécie de radiografia regional, feita a partir de um encontro histórico que reuniu mais de 300 cidadãos paranhanenses e que teve seu ponto forte na consulta popular, da qual participaram 4906 pessoas votando e escolhendo os objetivos estratégicos prioritários. Depois veio os encontros dos voluntários especialistas que apresentaram 39 projetos no que se chamou de movimento de primeira onda. Destes, atualmente, 60% estão em andamento, 20% foram implementados e os outros 20% estão atrasados. O Hospital Regional com a UTI e o Calendário Regional de Eventos, são alguns dos 39 projetos que estão na Agenda, que certamente serão beneficiados com a criação da Associação e do Consórcio, ganhando um novo impulso, o que deve ocorrer com outros projetos do nosso planejamento regional.

Ainda temos o Escritório de Projetos (PMO), em fase final de estruturação, que poderá dar suporte técnico não só aos projetos estratégicos que estão na Agenda, mas também na elaboração e na gestão de projetos pontuais do Consórcio e das Prefeituras. Enfim, temos mais um motivo para sustentar a utopia de que o Paranhana ainda será “uma região de primeiro mundo”. Parabéns a todos os prefeitos do Paranhana!

Marcos Kayser
Presidente CICS-VP

Congresso Internacional da Gestão

O Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) promove, nos dias 20 a 22 de julho, na Fiergs, em Porto Alegre/RS, a 10ª edição do Congresso Internacional da Gestão. O evento, considerado um dos mais importantes encontros de executivos de todo o Brasil na área da gestão e da qualidade, irá tratar de um dos temas mais atuais, Crises: Gestão da Mudança e Oportunidades, discutindo, com lideranças empresariais, governantes, e especialistas, oportunidades de inovação e melhoria dos processos nos momentos de crise, transformações estruturais na economia global, administração de riscos, gestão pública, tecnologia e produtividade e modelos de negócio. Entre os diferenciais do Congresso está a possibilidade de aplicação do aprendizado obtido no evento na prática das empresas. Os participantes vivenciam “cases” e conhecem resultados apresentados pelas próprias lideranças das organizações. Entre os principais palestrantes confirmados estão o presidente da American Society for Quality (ASQ), Roberto Saco, que participará do painel Parcerias Internacionais para tratar sobre o tema “Construindo o Cenário Futuro Pós-Crises”. Também está confirmado o diretor-executivo do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento/BID, Martin Chrisney; que irá falar sobre o tema “Gestão Globalizada: Competitividade e Infraestrutura”. O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Anastasia participará do painel nacional “Gestão Pública de Resultados”, onde terá a oportunidade de relatar os resultados do trabalho desenvolvido em Minas Gerais em sua vasta experiência na área pública. O chefe da Divisão de Gestão e Performances do Setor Público da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Martin Forst, falará sobre os “Desafios da Gestão Pública frente às Crises”. E como um dos focos principais do Congresso neste ano é a gestão pública, já confirmaram presença o prefeito de Igrejinha, Jackson Schimidt, e o prefeito de Três Coroas, Rogério Grade. A CICS enviou convite a todas as prefeituras e Câmaras de Vereadores da região bem como para suas empresas associadas. É bom lembrar que neste ano todas as prefeituras e Câmaras de Vereadores do Paranhana deverão participar do PGQP em sua primeira fase, quando serão capacitadas para realizarem a auto-avaliação, um processo onde os próprios funcionários avaliam a gestão a partir dos critérios da excelência, dentre os quais estão: liderança, planos e estratégias, pessoas, sociedade, resultados, entre outros. Maiores informações sobre o PGQP, inclusive para micro e pequenas empresas podem ser obtidas na CICS pelo fone 35419100.

Um movimento com habilidades

Dia desses Marcos Kayser, que entre muitos projetos toca a agenda estratégica do Vale do Paranhana e é voluntário da Agenda 2020, sugeriu a leitura de um artigo da consultora e escritora norte-americana Kim Heldman, publicado na revista Mundo Project Management (número 26). É sobre as habilidades gerenciais que fazem a diferença entre um projeto acontecer ou não. Como quase todo mundo está, de uma forma ou outra, envolvido com algum projeto em sua vida, e eu também, li e recomendo aos leitores a leitura do texto de Kim Heldman na revista.
Eu estou acompanhando alguns projetos e certamente o mais importante seja o da Agenda 2020, que colaboro desde as primeiras conversas em 2004. Já são cinco anos de observação deste movimento e posso assegurar que praticamente tudo que Kim Heldman chama de as seis habilidades de relacionamento humano (soft skills), estão lá na Agenda 2020. Pode-se dizer que a Agenda 2020 tem vivência. Fiz um pequeno resumo do texto:
Pensamento crítico
Capacidade de combinar conhecimentos sobre determinado tema com a experiência e examinar julgamentos para solucionar o desafio em questão.
Gerenciamento de mudança organizacional
A maioria das pessoas está propensa a aceitar as mudanças quando compreende porque elas estão ocorrendo e como elas serão impactadas.
Solução de conflitos
Não é impor argumentos ou fazer do seu jeito. Encare o desafio de frente. A solução de desafios não acontece sem comunicação, que deve ser baseada no tom e na linguagem corporal e não apenas em palavras. É bom que todos “vejam” que você está efetivamente preocupado em encontrar a melhor solução.
Habilidades de negociação e influências
É importante entender qual o resultado final que você deseja da negociação antes que entre nas discussões. Faça com que a outra pessoa sinta que ela ganhou alguma coisa na negociação. Coloque-se no lugar do outro e pergunte-se o que você iria querer se você fosse ele.
Percepção e intuição
Percepção é a arte de ver o que não está lá. Você não tem dúvidas ao observar a outra pessoa durante uma conversa, percebendo que suas palavras e sua linguagem corporal dizem duas coisas diferentes.
Intuição é aquele sentimento ou a voz interna que lhe diz para tomar uma atitude, como nunca abrir um restaurante ou ainda que você deve ligar agora mesmo para sua avó porque ela pode estar precisando de algo.
Habilidades de colaboração
Trabalhar por um objetivo comum mutuamente acordado é meio caminho andado. Os desafios são resolvidos à medida que surgem. Todas as cinco habilidades anteriores são necessárias.

A falta de inovação na educação

O Colégio Europeu de Artes Liberais (European College of Liberal Arts) de Berlim, irá lançar o primeiro diploma de Bacharel em Artes em Estudos de Valores de todo o mundo, um programa interdisciplinar que representa uma nova forma de educação. O currículo se concentra nas questões morais, políticas, epistemológicas, religiosas e estéticas e foi elaborado com o entendimento de que tais questões estão natural e profundamente conectadas. Os membros da faculdade das áreas de filosofia, literatura, teoria política, história da arte e teoria do cinema trabalham juntos nestas questões. Os estudantes passam metade do seu tempo de aulas em disciplinas ensinadas conjuntamente, dedicadas às questões fundamentais sobre valores e ministradas através do estudo detalhado de textos e trabalhos de arte que moldaram, ou que pretendem moldar, os valores pelos quais vivemos atualmente. De acordo com este histórico eles escolhem suas áreas de concentração individuais. A faculdade foi recrutada por algumas das melhores universidades de pesquisas do mundo, incluindo Cambridge, Columbia, Harvard, Heidelberg e Oxford. Os estudantes e membros da faculdade procedem de mais de 20 países diferentes e trabalham juntos no idioma inglês. Eles compartilham as instalações de um pequeno campus residencial e as riquezas culturais de uma das mais vibrantes capitais da Europa. Não dá para afirmar que este seja o modelo ideal, até porque é preciso se aprofundar e conhecer melhor a proposta, agora o que chama a atenção é a quebra do paradigma que se sustenta há muito as escolas de ensinar um pouco de tudo e isoladamente, o que se aproximar de um ensinamento vazio, infelizmente. O vazio é a falta de profundidade e conexão com o que na sociedade atual é mais urgente. A fragmentação do ensino parece ser algo inapropriado a formação do homem que se quer íntegro. E esta escola de Berlim, ao que parece, busca unir disciplinas e propósitos, optando por abster-se da vã pretensão de ensinar tudo, ou melhor, de tudo.  Não que o Brasil não tenha bons exemplos na área da educação, mas são exceções. Falta a nós recursos, humanos e financeiros, senso de inovação e coragem para enfrentar as conseqüências naturais de toda e qualquer mudança, uma delas a resistência e até a desistência de muitos. Quando falamos de inovação não é uma simples invenção desprovida de estudo e responsabilidade. É fazer diferente, com objetivos claros, previamente planejados e passiveis de medição, visando resultados. Sem a preocupação com a tradição herdada por imposição na época da ditadura e agora sustentada pela acomodação de professores e gestores. Tradição no sentido de continuar fazendo porque sempre foi assim. Por onde começar? Acho que seria inovando, mas com responsabilidade.

Marcos Kayser

Presidente Comitê PGQP Paranhana

Mãe de Deus: atendendo a saúde e fomentando a economia

Na última terça-feira, dia 3, foi veiculado no Paranhana Online, site da TCA na Internet, a aprovação de quatro projetos que tratam da situação do Hospital de Caridade, que autorizam movimentações orçamentárias que permitem o município receber recursos do Estado, além de ratificar termos de compromissos firmados com o governo estadual e com o Hospital Mãe de Deus, que tudo indica fará a gestão do Hospital. A Câmara também autorizou que a Prefeitura repasse ao Mãe de Deus até R$ 600 mil para serem utilizados nas reformas a serem feitas no Hospital de Taquara. De acordo com o prefeito Délcio, após serem sancionados os projetos, será providenciado um primeiro repasse na ordem de R$ 325 mil ao Hospital Mãe de Deus, sendo R$ 125 mil provenientes do governo estadual, referentes à Consulta Popular de 2005 e os outros R$ 200 mil sendo de recursos próprios da Prefeitura, obtidos com a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).  Assim, como se apresenta, se encaminha a regularização do Hospital de Caridade que permitirá a sua tão esperada e necessária reabertura. Na condição de empresário e representante de uma entidade empresarial que defende a idéia de uma priorização pelas coisas da terra, penso haver aí uma oportunidade para um pequeno fortalecimento da nossa economia. Como o Mãe de Deus não é uma instituição com raízes em Taquara e no Paranhana mas que agora passará a conviver e viver na comunidade, seria interessante que priorizasse as empresas e os prestadores de serviços daqui, que empregam e pagam seus impostos aqui, já desde os primeiros investimentos. Para isso seria importante que a Prefeitura chamasse a atenção dos administradores do Mãe de Deus e exercesse um mínimo de controle possível sobre esta prática. Claro que esta priorização pelos fornecedores locais, não poderia trazer prejuízos financeiros a entidade nem prejuízos no campo da qualidade. Ou seja, não se está pedindo para consumir daqui por obrigação, se a velha relação custo x benefício não compensa, mas que as escolhas do Mãe de Deus, fiquem bem transparente ao menos para os representantes fiscalizadores da comunidade. O que se pede não é privilégios, mas oportunidades. Se fosse para este caminho, teríamos um Hospital dando conta do seu propósito principal que é atender a saúde do corpo humano, mas também estaria fomentando a saúde econômica da região, sem ofender princípios econômicos nem morais.

Representar sem perguntar

Notícias dão conta da aprovação no Senado Federal da PEC dos Vereadores que recria 7343 cargos de vereadores no Brasil. Vereadores que em 2009 já assumiriam seus novos postos. “Tem vereador que não conseguiu se eleger pela atual composição, já soltando foguetes, afinal, terá a oportunidade de obter o retorno do capital investido na campanha, com juros e dividendos, é claro”. Deputados que defendem a PEC divulgaram que junto do aumento do número de vereadores haveria uma redução no  percentual de repasse para as Casas Legislativas, porém, esta medida foi suprimida e restou exclusivamente o aumento do número de vereadores.

No Paranhana, cidades com mais de 50 mil habitantes, como são os casos de Taquara e Parobé teriam um aumento substancial no número de vereadores, passando de 10 para 15. Os defensores do projeto afirmam que não houve economia financeira com a redução do número de vereadores e, por isso, não haveria sentido manter o número atual. Ignoram que se não houve economia foi porque os próprios vereadores que se mantiveram no cargo não desejaram e para corrigir caberia uma emenda, reduzindo o teto do repasse que hoje é de 8% para pelo menos 4%, e não simplesmente voltar a aumentar o número de vereadores.

Ao que parece os parlamentares estão mais preocupados em aumentar o número de cabos eleitorais, papel que os vereadores assumem quando das eleições estaduais e federais, do que tornar as Câmaras de Vereadores mais enxutas e organizadas. O cidadão precisa estar atento para perceber que no “reverso da moeda” pode haver contradições. O que se quer e o que se precisa é mais austeridade nas casas legislativas e isso é plenamente possível com bem se identifica na Câmara de Vereadores de Três Coroas, recentemente reconhecida como exemplo para o Estado e para o Brasil na medida em que tem um repasse de menos de 1% que se constitui no menor do RS. Pelo que se sabe, a redução do número de vereadores, que ocorreu há alguns anos atrás, não baixou a produtividade do legislativo e as cidades não sentiram a falta de mais representantes nas Câmaras Municipais. Muito pelo contrário, o numero de vereadores que tem hoje, é muito melhor funcionalmente falando. Quantidade não é garantia de qualidade. É uma pena que a decisão não é nossa, mas daqueles que dizem nos representar sem ao menos nos perguntar.

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