Hoje é dia do professor. A minha mãe, dna. Mary, era professora. Professora muito braba, mas muito querida e respeitada. Minhas queridas tias, tia Mairy e tia Branca, também eram professoras. Nasci no mundo da professorada. Dna Zelia, dna Dula, dna Zênia, as professoras do ensino primário, hoje ensino fundamental, ficaram registradas na memória. Talvez porque elas assumiam um papel de segunda mãe, aquela que ensina, corrigi e também dá amor. Também jamais me esquecerei do mestre Bauer e tantos outros. Professor que na época tinha status de doutor. Hoje o status decaiu e o vínculo com o professor se perdeu. Reflexo de uma sociedade diferente, onde as pessoas estão mais distantes uma das outras, mesmo aqueles que tem mais de mil seguidores nas redes sociais. É um mundo hiper conectado, mas super desintegrado, por mais paradoxal que pareça. Mais virtual e menos real. Confiamos menos uns nos outros e menos ainda nas instituições. Na época da minha mãe e das minhas tias, isso aconteceu a 50 anos atrás, o status era outro e o reconhecimento financeiro também. Um professor conseguia ganhar o suficiente para construir a sua casa própria. A formação também era outra e tinha estrita relação com vocação. Atualmente, tanto o professor, como o aluno beiram a frustração. O aluno criança ainda suporta ir à escola, enquanto lá brinca nos anos iniciais. Depois da 5ª série, quando o vínculo perde força porque não há mais a dedicação exclusiva de um só professor, se inicia o processo de desencantamento geral. Dizem que a escola precisa se reinventar. Acho isso muito bonito, mas acho também que esta reinvenção pode começar por fazer menos e melhor, mais profundidade e menos superficialidade. Partindo do pressuposto que não dá para ensinar tudo e que a escola pode fazer escolhas, junto com os pais, aos meus amigos professores, dentre os quais o amigo Ismael, já dei a minha opinião. Acho que teríamos um Brasil melhor se a escola ensinasse com excelência 4 disciplinas: Português (literatura junto). Matemática, Filosofia e Educação Física. Talvez eu acrescentaria mais uma: Empreendedorismo. O resto tá na Internet. É uma provocação em que me apóio numa teórica simplicidade para enfrentar a complexidade do mundo. Do jeito que a coisa vai, a educação no Brasil vai nos tornar ainda mais desiguais. Parabéns ao meu amigo Ronald pela coragem e por tudo mais! Parabéns aos meus tantos amigos professores que ainda sonham, se preocupam com o futuro de seus “filhos” e trabalham com competência e paixão!