Dia dos pais é dia de dar aquele abraço no “velho”, apesar desse abraço ser justificável todos os dias do ano. Dia de pronunciar aquele sincero e espontâneo: pai, eu te amo! Aqueles que o pai já se foi (e quem se ama sempre vai antecipado) podem comemorar as tantas boas lembranças e, quem sabe, o consolo de terem tido um pai. Aqueles que não tiveram, como é o meu caso, saberão abraçar aquele amigo mais chegado que é pai. E os pais sem pai, quando tiverem filhos, como é o meu caso, poderão agradecê-los por darem a oportunidade de ser pai, sem nunca ter tido. Obrigado filhos por me aturarem e darem a honra de me chamarem de pai! Uma simples palavra é suficiente para suturar um corte, restaurar uma obra, encher um copo vazio. Prazer duplo pela paternidade em si e pela superação. Muitas vezes sem referência se perde a direção. No meu caso, devo ainda um super agradecimento a minha mãe: seja aonde estiver, obrigado mãe por ser tão moderna já 50 anos atrás, quando pelo teu exemplo, ao longo da nossa convivência, me ensinou a ser mãe e pai! Quanta alegria, apesar da dor que a falta traz!!!
Tem jeito
Com um certo grau de otimismo é possível pensar um Brasil melhor, um país menos corrupto, onde se respeite a Constituição, com bons níveis de qualidade em áreas essenciais como saúde, educação e segurança, a exemplo de países tidos como de primeiro mundo. Talvez um país jamais visto, mas ainda somos adolescentes. Num país presidencialista, como é o nosso, o ponto de partida é achar um presidente que de conta das reformas que temos pela frente. Podemos pensar que sozinho ninguém faz nada, mas tudo começa por aquele que manda. O chefe maior da “república”. Um líder de ilibada história, com competência e coragem. Sobre os líderes políticos que temos hoje, o descrédito impera, por isso, o sentimento de que este país não tem jeito. Particularmente, a bem pouco tempo, eu também não acreditava, mas, pensando melhor (bebendo da fonte otimista), encontrei não só uma, mas cinco opções que podem liderar o país que queremos. A primeira opção é importar o presidente Obama, que deixou a presidência dos EUA recentemente, depois de dois mandatos com uma reputação sem arranhões sobre o viés ético. A segunda é contratar o Guardiola, um técnico de futebol inovador e, ao mesmo tempo, disciplinador, que já demonstrou sua competência em conquistar grandes vitórias. A terceira, também na linha do futebol (afinal éramos o país do futebol), seria eleger o Tite como presidente, já que tem apoio de todos e, como bom estudioso, pode compensar a falta de cintura política. A quarta opção é colocarmos na presidência o Joaquim Barbosa ou o Sérgio Moro, com ambos (acho que) teríamos a chance de fazer a faxina necessária e extirpar aquela máxima de “levar vantagem em tudo”. Como estas quatro opções são totalmente improváveis, apresento a quinta. A quinta é aguardar um milagre, afinal, Deus é brasileiro e, mais cedo ou mais tarde, vai dar um jeito. Até lá, fico me perguntando: o que estou fazendo para ajudar o meu país a ser um lugar melhor para os meus filhos? Cada um pode encontrar um jeito. Marcos Kayser
Não tem jeito
Talvez seja porque já cruzei a barreira dos 50 e sabem da minha visão crítica, mas é incrível como me perguntam sobre o que vai ser de nós brasileiros com esta nossa política. Minha resposta, curta e grossa, é de que este nosso país não tem jeito. Não há nenhuma perspectiva de mudança, enquanto continuar sendo comandado por quem faz da política uma profissão, meio de sobrevivência e enriquecimento. Foram espertos ao criar um sistema muito bem arquitetado, fechado e imune a qualquer interferência da sociedade. A alta tributação que sacrifica a todos, enche os cofres do governo e financia a corrupção; a centralização dos poderes num só lugar que torna todo poderoso quem está em Brasília; o sucateamento de setores essenciais como saúde, segurança e educação; o assistencialismo como mecanismo de dependência, o pluripartidarismo como balcão de negócios, são alguns dos fundamentos do sistema. Se reduzissem os impostos, enxugassem a máquina pública, reformassem a previdência, desburocratizassem e minimizassem o Estado, privilegiassem a educação, dessem mais poder aos estados, reduzissem os partidos a uma meia dúzia, um raio de luz surgiria no final do túnel escuro em que o Brasil e nós brasileiros nos encontramos. Quando uma destas mudanças ocorrer, me avisem, por favor, pois estarei com muito prazer revendo a minha falta de expectativas. Fazer tudo isso e mais um pouco seria muito fácil, bastaria vontade política e humildade para reconhecer que chegamos ao fundo do poço (só para usar outra metáfora). Boa parte das soluções para os problemas vigentes não carecem ser inventadas, basta copiarmos modelos vencedores de países chamados de primeiro mundo, dentre os quais a Alemanha e a Suécia. E aí vem a pergunta que eu não me canso de fazer e muito me preocupa: o que será da nossa gurizada? Começo a dar o braço a torcer aos que falam que a saída é o aeroporto. Ao mesmo tempo sou um apaixonado pelo Brasil e gostaria de resistir bravamente.
30 Ações para Salvar o Brasil
Fiz a minha lista de pedidos ao novo governo. Alguns são polêmicos, mas não precisa fazer tudo! Um pouco já vai deixar o país mais justo e eficiente:
- Fim das emendas parlamentares e das verbas de gabinete
- Fim do foro privilegiado
- Fim dos ganhos complementares (privilégios como auxílio moradia) para todos os poderes
- Redução do número de partidos políticos para dois (situação e oposição)
- Obrigatoriedade de curso superior para presidente, senadores, deputados, governadores, prefeitos e vereadores
- Direito a uma única possibilidade de reeleição em todos os níveis
- Todas as eleições no mesmo ano
- Criação de um limite para cargos de confiança e número de ministérios e secretarias estaduais e municipais
- Fim da indicação política para o STJ
- Redução do número de municípios (limite mínimo: 5000 habitantes)
- Limitação de um salário mínimo de remuneração para vereadores em cidades com menos de 50.000 habitantes
- Concentração do maior percentual da arrecadação nos estados e municípios
- Centralização de todos os serviços sociais nos estados e municípios
- Criação do imposto sobre o lixo e redução do número dos demais impostos
- Limitação da carga tributária à 24% do PIB
- Aumento de impostos para as grandes fortunas
- Fim das férias de 30 dias, substituídas por 15 dias
- Fim da CLT, substituída por acordos entre empregadores e trabalhadores
- Fim da estabilidade do emprego na esfera pública
- Idade mínima para aposentadoria: 70 anos
- Policia civil e militar unificadas
- Permissão do porte de armas
- Pena de morte para crimes hediondos
- Fim da regressão de pena
- Exigência de trabalho para o preso que garanta o seu sustento
- Priorização das disciplinas de matemática, português, filosofia e educação física no ensino fundamental
- Retorno do ensino profissionalizante junto ao ensino médio
- Implantação de um plano de remuneração variável para professores por meritocracia
- Informatização plena dos órgãos públicos, incluindo o Judiciário, onde as audiências iniciais poderiam ser feitas à distância
- Controle da natalidade para quem recebe o bolsa família e é menor de 18 anos
Impeachment: momento de preocupação
Voto SIM, voto NÃO, pelo impeachment, contra o golpe, são as manifestações dos nossos representantes no Congresso, votando no processo de impeachment da presidente Dilma. Quem fala em golpe, se esquece do golpe aplicado pela presidente nas eleições, que ocultou dos brasileiros a situação da economia em frangalhos, pelas escolhas equivocadas da sua equipe. Particularmente, acho que o momento é de preocupação, mais do que comemoração. Estamos numa situação muito delicada, sob o aspecto político e econômico, sendo que um depende do outro. Sob o aspecto político vivemos um contexto onde não confiamos naqueles que votaram a favor nem contra. Dá para acreditar em Dilma, Lula, Temer e Cunha? Minha pouca esperança está concentrada no poder judiciário. Com a ajuda da Polícia Federal e do Ministério Público espero que a Lava Jato avance e prenda quem roubou e continua roubando do Brasil e ainda recupere as fortunas desviadas. A operação Lava Jato, e outras, com similar finalidade, precisa avançar, a ponto de instituir, pelo medo, uma nova moral, de respeito ao Estado. Até lá o Brasil vai precisar gestar novos políticos. Uma geração na qual o crime não compensa. Uma geração que rejeita o famoso “rouba, mas faz”. E a economia? Bem, a economia só vai ser recuperada com consistência, se nossos políticos provarem que votaram pelo impeachment, pensando de fato no país, para além das rivalidades. Um bom indício é se votarem as urgentes reformas (política, administrativa, trabalhista, previdenciária,…). Será? Eu duvido! Simplesmente porque eles não conseguem separar o público do privado. Exemplo disso é que grande parte dos nossos deputados votam em nome do pai, da mãe, do cônjuge, dos filhos, dos netos, dos bisnetos e por aí vai. Não conseguem abrir mão do privado em benefício do público e não seria o momento de evocar a intimidade familiar. Desta forma dificilmente vão agir sem colocar seus privilégios pessoais em primeiro lugar e continuarão alimentando a cultura do desvio, do “jeitinho brasileiro”. Quem dera puder neste momento estar comemorando. É deprimente e, para quem tem filhos pequenos, é ainda mais preocupante. Talvez, o melhor caminho fosse convocar novas eleições para presidência, ainda neste ano, também para senadores e deputados. Seria uma demonstração de desprendimento pelo interesse privado e um convite para resgatarmos a confiança nos políticos brasileiros. Sonhar é livre!
Marcos Kayser
10 anos de Agenda Paranhana 2020
O Brasil é um país muito grande, com uma diversidade de culturas e problemas estruturais proporcional ao seu tamanho. Querer mudar o país como um todo, com foco em Brasília, é tarefa complexa, quase impossível. Mas se começarmos pelas cidades onde moramos? Foi pensando assim que em 2006, espelhando-se na Agenda 2020, com apoio da Pólo-RS, iniciou no Vale do Paranhana uma Agenda Estratégica que reuniu pessoas e sonhos. Empresários, profissionais liberais, funcionários públicos e da iniciativa privada, prefeitos, vereadores, juízes, promotores, padres, pastores, enfim, representantes de toda a sociedade, definiram metas e projetos, com o objetivo de tornar o Paranhana uma região de primeiro mundo. Metáfora que, resumidamente, significa um lugar com qualidade de vida, onde se tenha saúde, educação, segurança e infraestrutura de qualidade. Entendíamos que trabalhando de forma integrada, setor público e privado, poderíamos construir uma região melhor para se viver, independentemente das condições do Estado e do país. Duas premissas eram imprescindíveis: integração e planejamento. Neste ano de 2016, a Agenda Paranhana 2020, como é conhecida, completa 10 anos e a utopia continua distante. Idese e IDH, índices que medem o desenvolvimento, tiveram melhoras insignificantes e, em muitos casos, ficam abaixo da média do que se poderia considerar bom, inclusive abaixo da média do Estado. Alguns projetos pontuais como o Portal da Transparência, os Campeonatos de Xadrez e o Prêmio Professor Inovador foram realizações positivas, motivadas e organizadas pelo movimento. Muitos encontros serviram como tentativas de buscar a tão necessária integração entre as partes interessadas. Fóruns envolvendo delegados de polícia, juízes, promotores e representantes da sociedade foram exemplos disso. Parece ter ficado claro para os participantes, representantes da sociedade civil, que da integração não podemos abrir mão. Já para os gestores públicos, dos quais depende a grande maioria dos projetos, o entendimento parece não ser o mesmo, pelo que se vê na prática. Para se ter uma ideia, os municípios não conseguem nem se quer ter um calendário de eventos comum. Vários deles se sobrepõem. Também não conseguem criar uma rede de saúde pública, integrando todos os hospitais (e olha que saúde é prioridade). Nos últimos anos, a CICS-VP (Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária do Vale do Paranhana), em parceria com a AMPARA (Associação dos Municípios do Paranhana), buscou mudar a estratégia, compartilhando a coordenação da Agenda com os prefeitos, quando cada assumindo um tema. Foi feita a primeira reunião e, desde então, não se tem mais notícia da Agenda. Lembrando que em eventos realizados em praça pública, os prefeitos assinaram um termo de compromisso com a Agenda, quando eram candidatos. O termo, mais uma vez, colocava o planejamento estratégico municipal como uma prioridade. Até hoje, a comunidade não foi chamada para conhecer os projetos prioritários, com seus orçamentos e prazos de execução. Assim, sem planejamento e sem integração, continuamos com uma economia pouco diversificada, índices de desenvolvimento baixos e serviços públicos precários. Por que não pensar e agir como se o Paranhana fosse uma grande cidade? Juntos construir soluções para os problemas que são os mesmos. Depois de 10 anos de sonhos e tentativas, na condição de um dos idealizadores e coordenadores da Agenda Paranahana 2020, estou deixando a função de comandante, mas prosseguirei soldado. Para não ficar de mal com a minha consciência e, principalmente, com os meus filhos, continuarei exercendo o meu dever de cidadão, participando da Agenda e cobrando soluções de quem nos representa e tem o poder na mão. Continuo acreditando que a felicidade de um depende da felicidade do outro e, por mais individualista que seja, mais integrada a nossa sociedade precisa ser. Só assim podemos conquistar algum tipo de felicidade. Agradeço aos voluntários e colaboradores da Agenda e aos colegas da CICS-VP, por terem me dado esta oportunidade!
Marcos Kayser
A arte do encontro
Quando experimentamos algo bom, um desejo insaciável, que pede mais e mais, nos invade. Algo que nos remete à eternidade. Gostaríamos que aquele momento não tivesse fim. As religiões se fundamentam neste desejo bem humano de viver para sempre. Todas prometem vida eterna, só mudam os rituais e as formas. Plantas e animais parecem ficar para trás, afinal, pelo que conhecemos destes seres, eles não tem a mesma sorte da gente, quanto a consciência da própria existência. Consciência da vida e também da morte. Quando encontramos o amor, o desejo de perpetuar se torna ainda mais evidente. Amor de pai e mãe, amor de amigo, amor de amante. Amores onde a entrega não cobra nenhuma recompensa. Amamos gratuitamente. Dar sem a pretensão da troca, quando muito, e não poderia deixar de ser diferente, o desejo de um encontro. Na letra da música Samba da Benção, Vinicius de Moraes diz que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro”. Na mesma letra Vinícius nos diz que a alegria é a melhor coisa que existe, mas “é preciso tristeza para fazer um samba com beleza”. Remetendo isso para a vida, podemos pensar que é preciso tristeza para viver uma vida com beleza. É na tristeza que muitas vezes nos damos conta da beleza da vida, enquanto arte de encontrar. E é no encontro do o amor que chegamos no supra sumo da vida. Mas não pensemos que ele é só prazer e alegria. Ele é também tristeza e dor. O mesmo Vinícius fala de encontro e desencontro, de tristeza e beleza. Oposição, sem a qual o próprio ser não se sustenta. O calor só é calor por causa do frio. O dia da noite. A esquerda da direita. O prazer da dor. Por isso, que o amor, apesar de todo o sofrimento inerente, precisa ser festejado. Primeiro porque nem todos conseguem encontrá-lo de verdade, segundo porque ao encontrá-lo podemos realizar o desejo de viver para sempre em plena luz da existência, pelo menos este é o sentimento e a sensação daquele momento em que o amor é vivenciado. Parabéns aos que conseguem amar e, desta forma, celebrar a eternidade em plena existência! Eu me considero um felizardo e só tenho a agradecer aqueles que até aqui me proporcionaram tantos felizes encontros!
É tempo de escolher o que ensinar
Está sendo estudado a nível federal a Base Nacional Comum Curricular que vai determinar o currículo mínimo para todos os alunos das escolas de educação básica do Brasil. A ideia é que a Base apresente os conteúdos mínimos a serem vistos em sala de aula para as áreas de linguagem, matemática, ciências da natureza e ciências humanas em cada etapa escolar do estudante. O currículo deve ter 60% de conteúdos comuns para a Educação Básica do ensino público e do privado e 40% determinados regionalmente, considerando as escolhas de cada sistema educacional. A Base Nacional Comum Curricular vai funcionar como uma cartilha para determinar o que todos os estudantes brasileiros têm direito e devem aprender durante o ensino público e particular. Apesar da proposta definir cerca de 60% do conteúdo escolar, os mais de 2 milhões de professores continuarão podendo escolher os melhores caminhos de como ensinar e, também, quais outros elementos precisam ser somados nesse processo de aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos. A proposta está sendo trabalhada por especialistas em educação e até 15 de dezembro havia uma possibilidade de qualquer cidadão apresentar suas sugestões numa plataforma criada na Internet. Diante das diversidades regionais e do volume de conteúdos, particularmente, acho que a Base Nacional deveria determinar os conteúdos mínimos nas áreas de linguagem (português, literatura), matemática, educação física e filosofia. As demais áreas ficariam a cargo das escolas e dos municípios definirem. Com isso, estaríamos respeitando a diversidade e privilegiando o aprofundamento de conteúdos relacionados com os interesses regionais, fugindo assim da superficialidade. Ou seja, mais qualidade do que quantidade. Nosso alunos precisam, antes de mais nada, exercitarem a leitura, a escrita, o cálculo, o corpo e o pensamento reflexivo, por isso, linguagem, matemática, educação física e filosofia. Na filosofia entra a ética e a política e na educação física as questões da alimentação e da saúde. Posso estar enganado, mas repetem o erro de criar uma regulamentação formal, sem levar em conta sua aplicação na prática, semelhantemente ao que ocorreu com a lei do desarmamento. O resultado neste caso é que as pessoas de bem não tem armas, enquanto que os bandidos estão liberados. No caso da educação, os alunos saberão tudo, mas não saberão nada, pela priorização da quantidade. Tomara que nossos professores, diretores de escolas, vereadores e prefeitos estejam se mobilizando para não permitirem que façam isso com a educação brasileira. Se for como se desenha, pela abrangência das áreas, não será currículo mínimo, mas currículo máximo.
Marcos Kayser
30 coisas boas da vida
Passamos pela vida muito rapidamente (por sinal já disse que acho isso uma sacanagem). Vivemos momentos de dificuldades, mas também momentos memoráveis. Muitas vezes não nos damos conta destes momentos, principalmente aqueles caracterizados de mais simplicidade. Fiz uma listinha com 30 coisas boas da vida, algumas bem simplórias, outras até meio engraçadas, mas todas dão uma sensação de alegria muito gostosa:
- Ouvir de um filho: “eu te amo”!
- Jogar futebol com os “amigos da bola”
- Vibrar com um gol do Internacional
- Ler um clássico da filosofia
- Passar horas numa livraria
- Dançar com quem te faz bem
- Escrever algo em que o pensamento toma forma
- Filosofar com os amigos
- Caminhar pela praia de Garopaba
- Almoçar ou jantar em família
- Confraternizar com um amigo
- Ver as pessoas se deliciarem com o bacalhau feito por você
- Comer o pudim de laranja da vó
- Assistir a um filme bem acompanhado
- Ouvir de um desconhecido: “gosto do que tu fala”
- Jogar botão, “Mario Kart” e outras brincadeiras com um filho
- Conquistar a mulher que te inspira
- Andar de bicicleta no fim da tarde
- Caminhar pelas ruas da cidade
- Ajudar quem realmente precisa
- Criar um produto que o mercado assimila
- Poder trabalhar todos os dias
- Sentir a ansiedade de quem está apaixonado
- Rir de si mesmo em situações engraçadas
- Tomar um banho quente naquele dia de muito frio
- Curtir o som do Coldplay
- Ir dormir com o barulho da chuva
- Ouvir do médico: “tua saúde está muito bem”
- Andar de mão dada com a mulher amada
- Ver o sol chegar e partir
Teriam outras, mas hoje escolho estas pra compartilhar, até porque algumas não podem ser ditas (kkkk). Marcos Kayser
Meus 4 princípios
Na época de Aristóteles diriam que estou fazendo cosmologia. Nos dias de hoje seria ciência moderna, mas como não sou cientista, podemos dizer que se trata de uma “achologia filosófica” (kkkk). Ou seja, aproveito o pensamento de alguns filósofos do mundo da filosofia, adiciono as minhas experiências de vida, e tenho uma sensação (pra não dizer convicção) que me faz pensar em 4 princípios que regem o mundo e as relações entre os seres. O mundo da filosofia que me refiro não é o mundo das ideias de Platão, mas o mundo dos humanos que acreditam existir uma razão que explica as coisas, acompanhada de uma irracionalidade, que tem a ver com um dos princípios (tudo tem a sua oposição). Por mais viagem que possa parecer, estes princípios podem ser pensados como pré-determinações do que somos e do mundo, no qual vivemos. De uma certa forma, servem para compreendermos melhor os episódios que vivenciamos no dia a dia da existência e, quem sabe, aceitá-los. Para mim não é tarefa das mais fáceis, na medida em que tenho as minhas dificuldades em aceitar alguns destinos. Eis os 4 princípios:
1º) Princípio da Incerteza: Tudo muda. Nada é para sempre. Tudo tem um fim, mas também um começo. Nada é perene, tudo é efêmero. Nada está garantido. Ontem fui criança, hoje adolescente, amanhã um velhinho que poderá voltar a ser criança.
2º) Princípio da Diferença: Tudo tem o seu oposto. Toda moeda tem dois lados, o que leva à multiplicidade. O frio existe, porque há o quente. O mesmo para o inverno e o verão, o bom e o ruim, o doce e o salgado, o prazer e a dor, a vida e a morte.
3º) Princípio da Coerência: Tudo está interligado. Uma coisa depende da outra. Todo efeito tem uma causa ou mais causas. Uma alteração na política de um país, pode afetar a sua economia, que, por sua vez, pode afetar a economia mundial.
4º) Princípio da Relatividade: Tudo é relativo a um contexto, inclusive estes princípios. O que não significa dizer que tudo é válido e verdadeiro. É válido e verdadeiro, dentro de um contexto delimitado. Por exemplo, a cultura oriental tem “verdades” que não se aplicam à cultura ocidental.
Talvez os mais inteligentes, ou os mais sensíveis, são capazes de resumir estes 4 princípios em um só. Lee Smolin e outros cientistas tentam a teoria de tudo. Com toda a minha humildade e limitação, apenas tento elencar princípios que possam me ajudar compreender melhor o mundo, para viver o mais naturalmente e humanamente possível, já que o mundo, ao meu ver, passa por um processo negativo de desnaturalização e desumanização. Marcos Kayser