Paralelepípedo: o retorno

Pode parecer confissão de saudosista, gosto antiquado, mentalidade ultrapassada. Independentemente da impressão causada,  tenho uma forte queda pelo retorno do paralelepípedo à ruas como a Julio de Castilhos. A rua principal de Taquara quando calçada com seus paralelepípedos regulares, era bem mais charmosa do que hoje recapada com asfalto. O paralelepípedo combinava com a essência interiorana da cidade. Dona de uma rua principal estreita para quem o paralelepípedo estaria mais adequado já que o asfalto cai melhor em avenidas movimentadas. Pior ainda com o asfalto nas condições que lá se encontra (e não é  diferente na rua Tristão Monteiro), deformado e remendado, conseguindo a proeza de ser mais irregular do que o velho paralelepípedo de antigamente. É bem provável que a volta do paralelepípedo não representasse grandes dispêndios financeiros pois na verdade o paralelepípedo ainda está lá, abaixo da espessa camada do asfalto. Tão espessa que em muitos trechos o velho paralelepípedo insiste em mostrar a cara. E não é só o aspecto estético que está em conta, o paralelepípedo traz vantagens utilitárias. Tem uma durabilidade ilimitada; propicia um baixo custo quando da necessidade de obras subterrâneas; é removível e pode ser reaproveitado; dispensa equipamentos caros, especiais e barulhentos quando necessário removê-lo; não se sujeita a trincas por fenômenos de dilatação, retração, flexão e oxidação; dispensa mão de obra especializada para seu manuseio; não é perecível; permite que a água da chuva tenha uma melhor drenagem. Quem a volta do velho paralelepído não representaria um novo passo na conquista da revitalização do centro de Taquara? Porto Alegre, através do projeto Monumento, assim tem feito. Contudo, me perdoem os modernos, mas o belo também se tem com o velho.

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