É muito agradável encontrar um ouvinte que manifesta seu gosto pelos nossos comentários e, melhor ainda, quando puxa uma conversa despretenciosa, mas sincera, sobre um algum problema vivido pela sua cidade. Isso acontece comigo muitas vezes e na semana passada o ouvinte fez a velha pergunta: “por que Taquara não tem indústrias?” É uma pergunta que não nos cansamos de fazer e demonstra o desejo do cidadão taquarense de ver sua cidade mais industrializada, porque acredita que este é um dos caminhos para o desenvolvimento econômico. E sendo mais forte economicamente, a cidade teria mais recursos para investir em saúde, educação, cultura, lazer, infra-estrutura, saneamento, e tudo que traz qualidade de vida. E se tivéssemos ainda uma indústria diversificada, com responsabilidade social e ambiental, seria “tudo de bom”. A indústria limpa, da tecnologia, se identifica com esta proposta. Mas antes de iniciar qualquer ação visando a industrialização da cidade ou o incremento do processo, acho muito pertinente refazer a pergunta que o ouvinte fez sobre os motivos da falta de indústrias, para fazer um grande planejamento, já que a concorrência é tamanha. Há um marco histórico que foi a emancipação de Parobé, que era uma espécie de distrito industrial de Taquara. De lá para cá, e já se passaram 29 anos, as administrações municipais não conseguiram construir um distrito industrial. Este pode ser um fator importante que inviabilizou a instalação de muitas empresas e, neste caso, os gestores públicos são os responsáveis. Outro fator é a falta de algum tipo de matéria prima ou material humano que pudesse atrair indústrias. Não temos uma oferta de mão-de-obra especializada abundante em setores que poderiam ser estratégicos. Outro fator é a falta de um centro de pesquisa e incubadora que é não só como pólo de atração de empresas de fora, como também de criação de empresas com empreendedores locais. Exemplos como a Tecnopuc, coordenada pela PUC, a Valetec, coordenada pela Feevale, e a Tecnosinos, coordenada pela Unisinos, poderiam ser seguidos, mas, para isso, uma instituição de ensino superior disposta a investir é fundamental.