A cada dia está ficando mais insuportável o trânsito das grandes cidades e de algumas médias também. Chegar em grandes cidades nas primeiras horas do dia e sair no final requer muita paciência para enfrentar os congestionamentos e se recomenda que não tenhamos compromisso com horários, pois o atraso será inevitável. Transitar pelas avenidas e ruas também tem sido caótico, isso que em Porto Alegre, por exemplo, não faz muito tempo foram inauguradas as perimetrais que eram para dar vazão ao já intenso tráfego de veículos. Em pouco tempo já ficaram congestionadas e praticamente não se vê mais diferença entre antes e depois delas. Todo este caos porque a quantidade de carros circulando cresce exponencialmente. O número de veículos vendidos por ano no Brasil deve dobrar até 2025, segundo previsão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Um estudo encomendado pelo governo federal aponta que, em 15 anos, 6,8 milhões de carros, motos, caminhões e tratores serão comercializados anualmente no País. A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) espera que este ano sejam vendidas 3,4 milhões de unidades. Enquanto montadoras e governo comemoram, uma porque a venda de veículos é garantia de lucros, outra porque é garantia de arrecadação, o cidadão vai tendo no trânsito mais um motivo de estresse e má qualidade de vida. Fora a perda de tempo, há também o problema da poluição causada pelos carros, o que já virou banalidade e poucos dão bola. Pelo bem das cidades e dos cidadãos o governo, no lugar de incentivar a compra de carros como tem feito, aumentando o problema ao em vez de dar soluções, deveria investir em meios alternativos de mobilidade, trem, por exemplo, além de aumentar os impostos como faz com o cigarro, contendo um pouco o consumo. Ao mesmo tempo, deveria promover o desenvolvimento de outros arranjos produtivos, para depender cada vez menos da indústria automobilística tradicional e não sofrer tanto com uma eventual demissão em massa do setor, fato que mais cedo ou mais tarde será inevitável em respeito ao meio ambiente e a paciência do cidadão.