Uma análise matemática sobre o voto regional

Várias leituras podem ser extraídas do resultado das urnas durante as eleições, ocorridas no último domingo. Resultado que também pode ensinar, desde que realmente exista uma vontade política de sanar o vazio da representatividade regional, a ser preenchida por candidatos que residem no Vale do Paranhana. Região que tem um eventual desejo de eleger um representante regional que teoricamente teria o que chamamos de identidade regional.  Com base nos números, não dá para afirmar que a região não priorizou os candidatos regionais. No caso da apuração dos votos para  deputado estadual, somando-se os percentuais de votos dados aos candidatos daqui que eram seis, chegou-se a 38,71% dos votos válidos. Nas últimas eleições, há quatro anos atrás, este percentual foi de 42,78 para quatro candidatos. Por estes dados, podemos pensar que quanto maior o número de candidatos menor será a adesão aos candidatos, talvez por uma tendência de  dispersão. Se considerarmos o percentual de votos do deputado Fixinha, que muitos consideram um candidato da região, por ter nascido aqui,  entre outros fatores, o percentual deste ano subiria para 47,91, ou seja, quase 50% que é bem expressivo, na minha opinião, levando em conta que os cabos eleitorais dos candidatos são os prefeitos e vereadores e estes, em sua maioria, apoiaram candidatos de fora. O candidato mais votado, fora estes, não chegou a 4%. Fazendo um mero exercício matemático, e não político, os dois candidatos da região mais votados para deputado estadual foram Claudio Barros (26240) e Claudio Silva (13583), ambos de Parobé. Somando os votos destes, chegamos a 39823, o suficiente para eleger um dos dois, caso vinculado fosse a sigla do PTB, partido de Claudio Barros, pois o último candidato eleito do PTB, Ronaldo Santini, totalizou 35029. Parece que fica mais uma vez demonstrado que a dificuldade da região em eleger um candidato é proporcional ao número de opções de candidatos locais. E também que a eleição de um candidato regional  depende muito menos dos eleitores e mais dos partidos e suas lideranças. Isso porque jamais se conseguirá convencer o eleitorado a votar na sua totalidade em um candidato daqui, ainda mais quando a escolha se dá muito mais pelo lado pessoal do que regional,  conforme mostra a enquete feita nesta semana pelo portal da TCA.

Marcos Kayser

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