No último dia 10 ocorreu a inauguração do viaduto localizado no entroncamento da RS-239 e 115. Ato que mereceu a participação da governadora e reuniu essencialmente lideranças políticas do Estado e da região. Na obra foram investidos em torno de um milhão e setecentos mil reais e posteriormente mais 200 mil para recuperar uma falha na estrutura da obra, ocorrida antes mesmo de sua liberação. Falha que acabou atrasando em mais de ano a inauguração, além de consumir recursos adicionais, ou seja, fora do planejado. Também houve muitos questionamentos sobre um suposto sub-dimensionamento dela, levando em conta que a complexidade do entrocamento exigiria uma obra mais grandiosa e segura, já que une duas movimentadas rodovias. Diante destes fatos e aspectos negativos da construção, surge a pergunta: Longe de desfazer a importância da obra, a retração pelo constrangimento não seria a melhor recomendação? Dizer sim é mera opinião de cidadão não habituado com a prática política do político, para quem o constrangimento não tem vez. Longe de constrangimentos os discursos na inauguração do viaduto eram de resplandecimento. A obra chegou a ser comparada à torre de pisa, ponto turístico da Itália, no qual teria sido utilizado a mesma técnica para garantir a cessação de uma inclinação que já chegava a cinco graus e aumentava uma média de 20 milímetros por ano. É surpreendente a vocação de alguns em reverter situações que num primeiro momento se quer tem defesa, elogio, então, menos provável, contudo, o improvável acontece. É uma pena que os políticos não concentram seus dotes em planejar e construir um país mais justo e melhor. E eles dirão: mas o país está crescendo, está melhor! Sim, está, mas está no nível e no ritmo que deveria e poderia? Basta pedir para um estudante, recém formado no ensino médio, elaborar uma redação ou visitar um hospital com um olhar comprometido com a qualidade, que a conclusão é inevitável. Pra mim, sem segundas nem terceiras pretensões, o aprendizado verdadeiro deste episódio do viaduto, não reside na técnica de recuperação adotada, mas na cobrança incansável de muitos, dentre os quais a CICS (Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária do Vale do Paranhana), junto ao Ministério Público, pedindo providências. Iniciativa que ocorreu no dia 15 de fevereiro deste ano e em menos de três meses que problema foi solucionado e o viaduto liberado e inaugurado. Lembrando que a interdição completava mais de um ano. Eles dirão: foi uma mera coincidênia. Todavia, fica aqui o registro de que a pressão, dentro ditames da lei e da razão, tem poder de solução.